O chanceler russo, Igor Ivanov, disse nesta terça-feira que a Rússia e a China estudam formas de exercer sua influência no Conselho de Segurança das Naçoes Unidas para resolver diplomaticamente o conflito de Kosovo. Ivanov, que está em visita de três dias à China, disse a jornalistas que analisará com funcionários chineses temas comerciais e preparará o terreno para uma visita do presidente Boris Yeltsin no fim do ano.

Ivanov nao deu detalhes dos temas que pretende discutir com o presidente Jiang Zemin e outros dirigentes sobre a questao de Kosovo, mas os dois países sao membros permanentes do Conselho de Segurança, o que lhes dá direito de veto. A Rússia está tentando elaborar um acordo entre a Iugoslávia e a Otan com base numa proposta apresentada ao Conselho de Segurança pelo Grupo dos Oito, integrado pelas sete potências industriais do mundo mais a Rússia.

O porta-voz da chancelaria chinesa Zhu Bangzao disse que a visita de Ivanov é de grande importância e que as posiçoes dos dois países quanto a Kosovo ``sao, de modo geral, as mesmas'. Em entrevista a jornalistas, Zhu disse: ``Partilhamos muitos pontos de vista nesse tema. Gostaríamos de aumentar nossos contatos com a Rússia na questao'.

Os dois países exortaram a Otan a pôr fim a seus ataques. Zhu reiterou nesta terça que ``a Otan deve parar de bombardear o mais depressa possível ou nao haverá nenhum acordo político'.

As relaçoes entre Moscou e Pequim melhoraram consideravelmente na década de 1990, depois de três décadas de rivalidade pela liderança do mundo socialista. A China é um importante sócio comercial da Rússia e cliente de sua indústria armamentista. A Rússia e a China consideram que sua aliança é importante para contrabalançar o que consideram o predomínio dos Estados Unidos na política internacional.