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Furacão Ivan causa destruição e 11 mortes no sul dos Estados Unidos
Do Diário OnLine
Com AFP
16/09/2004 | 22:02
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O furacão Ivan atingiu nesta quinta-feira a costa do Estados Unidos, do Alabama à Flórida, com fortes ventos e ondas, provocando tornados que deixaram pelo menos onze mortos, dez deles na Flórida e um na Louisiana, segundo relatos.

A força dos ventos arrancou tetos de casas, derrubou árvores e deixou bairros inteiros inundados na costa do Golfo do Alabama. Depois de atingir o território às 2h locais (3h de Brasília) entre Mobile, no Alabama, e Pensacola, na Flórida, com ventos de 215 km/m, o Ivan gradativamente começou a perder força.

Centenas de milhares de pessoas ficaram sem energia no Alabama. As ruas de Mobile ficaram interrompidas com árvores, postes de luz e outros escombros. Nas redondezas da cidade de Gulf Shores, dezenas de pessoas foram vítimas de inundações. Algumas áreas ficaram cerca de três metros submersas.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou os Estados do Alabama, Louisiana e Mississipi como vítimas de grande desastre. Dessa forma, os Estados, maiores produtores de laranja e petróleo do país, passam a ter direito a receber ajuda federal. Já o Estado da Flórida vem recebendo ajuda do governo central desde que foi atingido no mês passado por outros dois furacões. O Ivan deixa um prejuízo, por enquanto, de cerca US$ 20 bilhões.

"Centenas de casas no condado de Baldwin foram danificadas, algumas delas perderam o telhado. Pelo menos uma ficou completamente destruída", disse diretor de emergência do condado, Leigh Anne Ryds.

Toque de recolher- As autoridades americanas declararam toque de recolher, nesta quinta-feira, nas zonas da bacia do Golfo do México atingidas por Ivan. Um deles foi declarado por 24 horas em Pensacola. Há também toques de recolher nas cidades de Gulf Shores e Mobile, no Alabama.

A medida foi tomada para permitir que as equipes de resgate circulem livremente pela zona. Cerca de 400 guardas nacionais estavam a caminho da região afetada pelo furacão para ajudar em resgates e evitar saques a lojas comerciais.

Por volta de 12h de Brasília, o olho do furacão, já enfraquecido, estava a 104 km a sudoeste de Montgomery, Alabama.

Mortes- O furacão causou pelo menos onze mortes nos Estados Unidos, dez delas na Flórida, que foi atingida por tornados provocados pelo Ivan. As primeiras mortes foram registradas no Condado de Bay, noroeste do Estado, por tornados que destruíam residências e deixaram pessoas bloqueadas entre escombros.

A porta-voz do condado, Catherine McNaught, confirmou a morte de uma pessoa na cidade balneária de Panama City Beach, e de outra no norte da jurisdição.

No Condado de Calhoun (nordeste de Bay) quatro pessoas morreram por causa de outro tornado que arrasou a zona. A oitava vítima, um menor de idade, morreu em Santa Rosa, nordeste de Pensacola, quando uma árvore foi derrubada pelos ventos de Ivan.

Duas mulheres também foram encontradas na mesma área, mortas pelo desabamento de suas casas. Em Louisiana, no limite com o Mississipi, foi confirmada a morte de uma idosa que havia sido transferida de um asilo para um refúgio.

Na cidade de Waterville, a força do mar partiu ao meio uma ponte no momento em que um caminhão tentava atravessá-la. O motorista morreu afogado.

Além dos mortos, o diretor de emergência do condado de Calhoun, Sonny O'Brien, disse que houve tantos danos que as autoridades estavam tendo dificuldade para alcançar os feridos.

"Passaram-se 25 anos desde fomos atingidos por um furacão tão grande. Fazia tempo que não aparecia outro. Estava com medo de este ser o mais forte", disse a aposentada Rhonda Preston, que deixou a cidade de Mobile na quarta-feira ao lado de seu marido, cachorro e seis gatos.

O furacão, que agora está recebendo a classificação um da escala Saffir-Simpson (que vai até cinco), continua produzindo ventos de 121 km/h, segundo o NHC (Centro Nacional de Furacões). Apesar de o Ivan ter enfraquecido, o NHC avisou que chuvas fortes e tornados continuam sendo uma ameaça.

Caribe- O Ivan, um dos 16 mais poderosos furacões a terem atingido os Estados Unidos desde 1900, deixou mais de 70 mortos em sua passagem pelo Caribe antes de entrar no Golfo do México.

A ilha de Granada foi a mais atingida. Pelo menos 37 pessoas morreram e cerca de 90% das construções foram danificadas ou destruídas, disseram funcionários do governo. Na Jamaica, a polícia informou que 21 pessoas morreram.

Cuba continua avaliando os danos provocados pelo furacão. A província de Pinar del Rio, produtora de charuto, foi a mais atingida pelo Ivan. "As inspeções continuam e ainda não estimamos o valor das perdas", disse o tenente-coronel da Defesa Civil Luis Macareño.

O Ivan cruzou o extremo-oeste da ilha, provocando chuvas intensas e ventos que alcançaram mais de 300 km/h, segundo a meteorologia.

No entanto, o responsável pela Defesa Civil disse que não houve mortos ou feridos durante as mais de 30 horas que a região sofreu com fortes ventos do Ivan. Antes da chegada do furacão, foi organizada uma evacuação que envolveu mais de 1,8 milhão de pessoas, mais de 15% da população total.

Enquanto isso, Porto Rico informou que o furacão Jeanne, que atingiu a ilha na quarta-feira, provocou duas mortes. Ele passou de tormenta tropical a furacão de categoria um nesta quinta-feira, quando se dirigia para a República Dominicana. Trata-se do sexto furacão a atingir o Caribe nesta temporada.




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