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Vitória de Betão agora está ameaçada
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
20/11/2006 | 23:35
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O que parecia confortável começa a ganhar contornos de emoção. Dada como certa, a eleição do vereador Alberto Betão Pereira Justino (PSB) à presidência da Câmara de Mauá, no mês que vem, agora está ameaçada.

Quietos desde que o prefeito Leonel Damo (PV) nomeou o ex-líder da oposição Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), como secretário de Governo, no final de outubro, os vereadores da sustentação estão dispostos a implodir o acordo que garante a presidência a Betão. O socialista, aliado a Chiquinho, deixou a superintendência da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para se dedicar à eleição legislativa. Só que os governistas, agora, querem o cargo.

O nome mais forte do grupo – formado por sete parlamentares – para enfrentar Betão é de Edgar Grecco Filho (PSDB). De família tradicional – seu irmão, José Carlos Grecco, foi prefeito de Mauá entre 1993 e 1996 –, ele sempre foi considerado homem de confiança de Leonel Damo.

Os outros governistas que podem vir a enfrentar Betão, com menos chances que Grecco, são Átila Jacomussi (sem partido) e Manoel Lopes (PFL). Contra Jacomussi pesa o fato dele ser novato na política (está em seu primeiro mandato. Contra Manoel, há sua posição de ‘independência’, o que poderia dar uma certa insegurança ao governo Damo. A decisão final do grupo será tomada na quarta-feira.

Embora os vereadores de situação não assumam, a tática é, na verdade, uma revanche pelo fato de o prefeito ter dado plenos poderes a Chiquinho e a seu grupo dentro da administração. Além de Betão, o vereador Silvar Silva Silveira (PMDB) – ligado a Chiquinho – passou a integrar o governo e assumiu a secretaria de Assuntos Jurídicos. Para os governistas, não é justo ceder “aos aliados de última hora” a presidência do Legislativo. “A discussão está aí. Esse grupo acompanha o Leonel há dois anos e quer ter voz e vez no processo de discussão da presidência da Câmara”, reclama um deles.

Grecco afirma que a nova composição dinamitou o acordo em torno do nome de Betão. “Existia um acordo, mas isso mudou com a ida do Chiquinho para o governo. Agora o processo ficou livre.”

Se a tendência se mantiver, tanto Betão quanto Grecco terão sete votos cada. O PT deverá ter candidatura própria, o que não mudará o rumo da disputa, já que receberia apenas três votos. Em caso de empate, a decisão poderá ir para o segundo turno entre o tucano e o socialista.

O fiel da balança poderá ser justamente um vereador da base de sustentação, mas que não faz parte do grupo que agora pleiteia a presidência: o atual vice-presidente da Casa, Carlos Alberto Polisel (PSDB), que, por enquanto, pertence ao bloco de apoio a Betão, ao lado dos outros seis vereadores.

Confiante, Betão não teme uma reviravolta. “Não acredito que será assim. Meu nome já foi colocado como consenso.”

O socialista ainda mandou um recado ao recém-aliado Damo: “Não acho viável para o prefeito um racha na Câmara neste momento. Essa não seria a verdadeira política que o governo está desenhando.”



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