A iniciativa visa a ressuscitar um mercado esvaziado nos últimos anos, depois que muitas empresas saíram do Grande ABC e rumaram para cidades do interior paulista, atraídas por incentivos fiscais e mão-de-obra barata.

O projeto prevê a construção de um galpão com oito módulos. Cada um deles terá 1.072 m², incluindo mezanino para escritórios, quatro vagas cobertas de estacionamento privativo, hall de entrada com espaço de recepção e espera, vestiários e sanitários, docas para carga e descarga de caminhões, ambulatório e refeitório. O terreno tem 15 mil m².

No futuro, o condomínio poderá ser ampliado com a construção mais quatro módulos. “Todos os módulos serão independentes e auto-suficientes”, afirma o engenheiro civil Angelo Franchini Neto. Os serviços de uso comum incluem o sistema de abastecimento de água para consumo e reserva de combate a incêndios e o estacionamento (com 26 vagas para caminhões e 148 vagas para carros), além da guarita e do sistema de segurança.

O diferencial do novo condomínio será a estrutura. Segundo o engenheiro, as empresas buscam espaços menores e mais modernos. “Os novos condomínios industriais possuem modulação diferente. O pé direito é alto e o piso, mais resistente, chega a suportar cinco toneladas por metro quadrado”, afirma Franchini Neto.

Os módulos do galpão serão divididos por paredes removíveis. Dessa forma, o cliente poderá locar mais um módulo. “O condomínio pode se adequar às necessidades das empresas. O Grande ABC demorou para perceber que a tecnologia de uso imobiliário industrial mudou”, afirma.

Franchini Neto credita à boa perspectiva de mercado a decisão de investir R$ 5 milhões na construção do novo condomínio industrial. “O Grande ABC concentra boa parte das montadoras com atuação no país. Meus clientes ainda estão por aqui”, afirma o engenheiro.

A segunda justificativa para o investimento é a localização. “Com os projetos de extensão da Avenida dos Estados e a revitalização do complexo Jacu-Pêssego, a acessibilidade de Santo André vai melhorar muito. A região está próxima das rodovias, ferrovias (ele cita o projeto da Cosipa de construção de um Centro de Logística na cidade, que deve revitalizar a malha férrea), do aeroporto e do porto também. Temos uma logística consagrada”, afirma Neto.

Assim, a localização conta pontos na hora de escolher um galpão para alugar. “Grandes empresas de Santo André estão no limite de seu espaço. Como elas geralmente são antigas, não têm interesse de se mudar e começar do zero em outra região. Por isso, vão preferir locar um espaço por aqui, já que o custo é menor. As despesas com logística podem chegar a 15% do valor do produto. Quando se economiza esse montante, há uma alteração no preço final do produto, que, conseqüentemente, fica mais barato. As empresas acabam ficando até mais competitivas”, afirma Irineu Bagnariolli, secretário de Desenvolvimento Urbano de Santo André.