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Dólar deve se valorizar frente ao real em 2010
Sérgio Toledo
Do Diário do Grande ABC
28/12/2009 | 07:06
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O real deve interromper a sequência de valorização acumulada em relação ao dólar no próximo ano. Em 2009, a moeda norte-americana caiu, até agora, 24,9% frente à divisa brasileira - hoje, o dólar está cotado a R$ 1,75. No segundo semestre, a queda acumulada é de 10,7%. Para especialistas, este é o caminho natural do dólar.

"Nossa projeção é de dólar a R$ 1,95 em 2010", diz o economista do Santander Cristiano Souza. A expectativa dele é que a moeda brasileira continue perdendo força nos próximos anos. Souza estima que a divisa norte-americana vai encerrar o próximo ano em R$ 2,10, e subir para R$ 2,13 em 2012. "O real, nos últimos meses, seguiu o preço das commodities. É o mercado internacional que define a taxa de câmbio", afirma.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o câmbio deve seguir uma trajetória benigna. "A tendência é que não haja sobrevalorização", disse o ministro na última semana, em São Paulo.

Notícias recentes confirmam o argumento de alta da moeda norte-americana. Surpresas nos mercados mundiais jogam pressão no sentido da valorização do dólar frente às outras moedas, segundo o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito. "Isso tudo indica postura mais cautelosa dos agentes nas próximas semanas", conta.

De acordo com o economista, contribuem para essa direção os fatos ocorridos recentemente em Dubai, Grécia, Espanha e México. No fim de novembro, o mercado financeiro ficou receoso com a notícia de que o fundo estatal Dubai World, o qual o mercado estima que possua dívidas de US$ 60 bilhões, vai precisar de mais seis meses para honrar seus compromissos.

Na Europa, Grécia e Espanha são os países que estão sob pressão por causa das revisões dos ratings das dívidas públicas. A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da dívida de longo prazo da Grécia, medida também tomada pela Standard and Poor´s, que rebaixou a nota de créditos do país.

A mesma agência revisou em baixa a dívida espanhola de "estável" para "negativa", sinalizando que poderá vir a rever em baixa o rating. A Espanha deve manter um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) anual abaixo de 1%, devido ao elevado endividamento do setor privado.

Nas Américas, a Standard & Poor's cortou o rating do México. O corte reflete o fato de o país não ser capaz de baixar o déficit orçamentário, que de acordo com as estimativas dos economistas, vai subir para 2,8% do PIB em 2009, valor mais elevado desde os 4,7% de 1989.

Perfil indica melhor opção de investimento

Escolher o tipo de aplicação de acordo com o perfil do investidor é um dos principais fatores que garantem a boa rentabilidade da aplicação. Investidores conservadores, com pouca tolerância ao risco, podem realizar péssimo negócio caso se aventurem em aplicações que não são adequadas.

De acordo com o gerente de investimentos do Banco Real, Eduardo Jurcevic, para quem possui até R$ 30 mil para investir, a poupança é boa opção. "Em 2010, com o aumento dos juros, esse limite cai para até R$ 25 mil. Acima disso, há alternativas melhores."

Acima deste valor, para quem tem baixa tolerância ao risco e deseja o retorno no curto prazo (um ano), Jurcevic diz que o melhor é aplicar em renda fixa, em produtos como CDB pós-fixado, Fundos DI, poupança e fundos de renda fixa. "Quem resgata o dinheiro quando a Bolsa está em baixa dá sinal de conservadorismo."

Já para o investidor com baixa ou média tolerância ao risco que pretende aplicar no médio prazo (entre um e três anos), o indicado é dividir a aplicação, sendo 70% em renda fixa, 15% em previdência e 15% em fundos multimercado.

Os poupadores de média e alta tolerância ao risco com objetivos de longo prazo (acima de três anos), segundo Jurcevic, devem destinar 50% do investimento para renda fixa, 25% para fundos multimercado, 15% para previdência e 10% para ações. "No longo prazo, compensa aplicar na Bolsa", diz o gerente de investimentos do Banco Real.

Para os que toleram correr riscos e apostam no longo prazo, Jurcevic aconselha separar 40% para renda fixa, 25% para fundos multimercado, 20% para ações e 15% para previdência. "Mantenha menos da metade dos recursos em opções conservadoras, mas diversifique o restante, já que o prazo de investimentos é perpétuo", aconselha.

Segundo Jurcevic, para o investimento ser bem-sucedido, é necessário fazer aplicações periódicas, de preferência mensais. "De tempos em tempos é importante fazer um balanço da carteira, aproveitando oportunidades no mercado ou realizando lucro."




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