O vereador de São Caetano Paulo Pinheiro (PMDB) surpreendeu e votou as emendas feitas pelo petista Edgar Nóbrega.(PT) ao plano de cargos e salários. Das nove modificações, o peemedebista votou favorável a três. Porém, os sufrágios não foram suficientes e as emendas acabaram rejeitadas.

A atitude prova a aproximação entre o PMDB e o PT na cidade. Desde a semana passada os parlamentares demonstram que há conversas para formar aliança nas eleições municipais. Edgar abriria mão da disputa majoritária deixando o partido livre para indicar o vice de Pinheiro.

Contudo, pessoas ligadas ao peemedebista observam com cautela a aproximação, tendo em vista que o PT possui rejeição no município. Os integrantes do PMDB reiteram que a escolha do vice se dará por meio de pesquisa quantitativa.

Apesar do revés tomado em plenário, o que já é comum no cotidiano do Legislativo, Edgar comemorou o apoio que recebeu do colega. "A gente sempre plantou sementes aqui nesta Casa e agora vemos florescer. Acredito que esse é o começo", afirmou o petista.

Entre as emendas que Pinheiro votou favoravelmente estavam a diminuição da carga horária dos servidores, de 44 horas semanais para 40 horas, e a obrigação de o funcionário não ganhar abaixo do salário-mínimo. "Quando a pessoa faz uma emenda sempre é para beneficiar", analisou Pinheiro.

Fugindo da questão política, o peemedebista ressaltou que as emendas não interferem no fator orçamentário. "É questão de bom-senso. Quando vi que não altera na parte financeira, fui a favor", justificou o peemedebista.

BATE-BOCA

A votação do plano de cargos e salários foi agitada não só pela postura de Pinheiro. O líder do governo na Câmara, Paulo Bottura (PTB), e Edgar protagonizaram discussão acalorada por conta da emenda apresentada pelo petista, que pretendia recriar o projeto do Ipasm (Instituto de Previdência e Assistência Social Municipal).

Apesar de votar favorável ao plano, no geral, Edgar disse que "o projeto é tímido". O petebista não deixou por menos. "Tímidas são suas emendas, que não agregam em nada", rebateu Bottura, que em determinado momento da discussão disse que, diferentemente do petista, não ia à tribuna "para ficar latindo".

Edgar se revoltou e, aos berros, declarou que Bottura "miava". A sessão teve de ser interrompida por dez minutos para que os ânimos fossem acalmados.