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Alimentação fora de casa equivale a 31% dos gastos
Paula Cabrera
Do diário do Grande ABC
15/11/2010 | 07:09
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Do total gasto com alimentação pelo brasileiro, 31,1% correspondem àquela realizada fora de casa. Os dados são de estudo realizado pela GS&MD - Gouvêa de Souza. A pesquisa mostra ainda que o tíquete médio para o almoço é de R$ 17 durante a semana e de R$ 37,20 aos fins de semana. Já no jantar, ele sobe para R$ 23,40 durante a semana e R$ 45,90 aos fins de semana.

Para Fabiana Castro, sócia diretora da GS&MD - Gouvêa de Souza, o País passa por mudanças socioeconômicas com o aquecimento da economia e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que explica o aumento no número de refeições feitas fora de casa.

"Houve também o crescimento da classe C , que hoje representa quase 50% da população e justifica o poder de compra. Além disso, destacamos dois fatores: a mulher já representa 43% do mercado de trabalho. Com mais mulheres como agentes econômicos, isso exige que a família consuma mais alimentação fora do lar", aponta.

Outro dado que chama atenção, segundo Fabiana, é que o Brasil ocupa posição de destaque entre os países que mais consomem alimentos longe de casa, perdendo apenas para os Estados Unidos. "O Brasil está com 31% e supera países como França, Alemanha e Itália, que têm economia e consumo maduros. Nós passamos por um momento de muito aquecimento. Estamos acima da média de países de primeiro mundo."

A especialista observa também que no período de crise financeira mundial, entre setembro de 2008 até setembro de 2009, o Brasil foi o único a manter o índice de crescimento no segmento de alimentação. "Saímos de 24% de consumo em 2002 para 31,1% neste ano. A tendência é de que o consumo siga aumentando."

 

DELIVERY - Além de mostrar que os brasileiros gastam mais aos fins de semana, quando comem acompanhados com a família e com mais calma, a pesquisa mostra também que o já faz parte da vida moderna. Em São Paulo, 83% das pessoas já adotaram a prática pelo menos uma vez por semana. "A pizza é a preferida de 95% dos consumidores, seguido por comida chinesa e comida árabe", conclui.

 

Maior movimento em restaurante eleva preço do prato feito

Embalado pelo crescimento do número de famílias que comem fora de casa, o custo desse tipo de alimentação subiu mais que a inflação no mês passado, pelo menos no Grande ABC, com alta de 1,10%, contra 0,90% do IPC-USCS (Índice de Preços ao Consumidor da Universidade Municipal de São Caetano).

A maioria dos produtos que compõem o prato feito dos restaurantes subiu mais do que a inflação da região. E quem sofre com a alta são as famílias de menor renda, tendo em vista que boa parte de seus orçamentos é direcionada para a comida.

A variação média dos preços às famílias do Grande ABC foi positiva em 5,32%, entre o primeiro dia de novembro de 2009 e o último dia de outubro. No período, apenas o arroz branco (-1,93%), a alface (-4,99%) e o tomate (-17,96%) deflacionaram.

Por sua vez, o preço do feijão subiu 53,27%. Acompanharam o movimento a alcatra (17,77%) e o contra-filé (14,82%), muito utilizados com mistura do prato feito. Os cortes substitutos e mais baratos também aumentaram.

O valor do coxão mole expandiu 17,9%, e o do acém, 12,15%. Já o corte de frango encareceu 8,71% em 12 meses. Até o ovo sofreu alteração, registrando elevação de 3,51%. PC




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