Entre os invasores, existem alguns que moram com parentes ou amigos e outros que moram em imóveis alugados. Os sem-teto alegam que o prédio - na Avenida Almirante Barroso - foi "feito com o dinheiro do povo" e, por isso, têm direito a ocupá-lo. "As construçoes têm de ter uma funçao social", afirma o advogado do movimento e um dos coordenadores, André de Paula. As famílias - muitas delas com crianças - dormem em colchonetes doados e alimentam-se com a ajuda de pessoas de uma ocupaçao em outro prédio do INSS, também no centro. Eles fizeram "gatos" (ligaçoes clandestinas) para conseguir energia elétrica.
A sem-teto Guiomar Araújo, 69 anos, militante há anos disse que nao tem condiçoes de pagar aluguel com o salário de acompanhante de pessoas idosas. "Meu filho, que me ajuda, está desempregado há sete meses", contou. "Com o que ganho, mal compro os remédios de que preciso."
O barbeiro autônomo Ricardo de Oliveira da Silva, 40 anos, que participa da ocupaçao com oito familiares, critica o abandono do prédio. "É um absurdo existir um lugar grande como esse, com boas instalaçoes, e totalmente abandonado pelo Estado." "Nós vamos lutar até o fim por nossos direitos; se vierem nos tirar daqui, vamos resistir."
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