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Bancos públicos estudam dar dias sem juros no especial

Instituições não confirmam mudanças

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
21/03/2012 | 07:00
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O governo e os bancos públicos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil estudam aplicar dias sem juros no cheque especial. A facilidade já está em vigor no setor privado. O Santander, por exemplo, dá dez dias sem juros, mas consumidor deve ficar atento porque se houver atraso acima da carência o custo será sobre todo o período.

O especial disputa o pódio de crédito mais caro, 8,33% ao mês, aponta a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Ele é pré-aprovado e utilizado quando o correntista entra no vermelho. Dados do Banco Central revelam que, em média, os clientes bancários que usam a modalidade ficam apenas oito dias no azul por mês, e a linha representou 33% das concessões para pessoa física em janeiro.

A Caixa e o BB não confirmam intenção de dar dias sem juros aos clientes, mas a notícia foi veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo. O professor do Insper José Dutra Sobrinho considera que medida não é suficiente. "O importante é reduzir os juros para o bom pagador. Falta responsabilidade social ao bancos, que só pensam no bom retorno", criticou.

Antonio De Julio, especialista em finanças pessoais da MoneyFit, avalia a possibilidade como equívoco. "Isso me parece uma forma errada do governo para estimular o consumo depois de ver o PIB (Produto Interno Bruto) desacelerar."

Ele explicou que se bem utilizado, para emergências e a certeza do pagamento futuro, o especial com alguns dias sem juros é ótima ferramenta. "Mas como segundo salário é um perigo." O educador financeiro Mauro Calil também diz que é necessário ter cautela. "Todo dia você usa garfo e faca para comer e não se corta. Isso porque você aprendeu a usá-los corretamente. A mesma coisa deve ocorrer com o especial, é necessário aprender a usá-lo."




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