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Jornalistas também enfrentam combates no Iraque
Da AFP
31/03/2003 | 15:58
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Os jornalistas que trabalham no Iraque, incorporados em unidades anglo-americanas ou vigiados pelas autoridades iraquianas, cobrem os dias da guerra como podem, apesar dos perigos e da censura.

"Nos encontramos a cerca de 18 km ao sul na estrada principal. É uma estrada que não tem fim. A estrada passa entre as águas do Tigre e o Eufrates na direção de Bagdá', declarou o jornalista Phil Smucker em uma entrevista concedida na semana passada à emissora americana de televisão CNN em pleno combate no sul do Iraque.

Smuker não faz parte dos 600 jornalistas "incorporados" às tropas anglo-americanas que aceitaram não revelar informações consideradas sensíveis para os militares.

Para os jornalistas fora do controle dos militares anglo-americanos ou das autoridades iraquianas, a guerra é uma aventura de alto risco. A emissora de televisão britânica ITN anunciou no dia 23 de março que um de seus jornalistas, Terry Lloyd, teria morrido perto de Basra, no sul do Iraque, após ter sido "aparentemente" atingido por disparos das forças anglo-americanas.

O cinegrafista que trabalhava com Lloyd, Fred Nerak, e seu intérprete libanês, Hussein Osman, estão desaparecidos.

Um cinegrafista australiano, Paul Moral, foi encontrado morto no dia 22 de março no Curdistão iraquiano após a explosão de um carro-bomba.

No que parece ter sido um acidente, um jornalista de uma emissra britânica, Gaby Rado, caiu do teto de seu hotel em Suleimaniyak, no norte, e foi encontrado morto no domingo no estacionamento do hotel. Outros jornalistas foram localizados vivos após desaparecerem durante vários dias no Iraque.

Inclusive àqueles que aceitaram trabalhar sob as regras dos anglo-americanos e iraquianos, a guerra reserva sua cota de bombas, emboscadas e campos minados.

Um cinegrafista da rede catariana Al Jazeera, que desapareceu na sexta-feira, foi detido pelas tropas americanas perto de Basra e interrogado durante catorze horas antes de ser posto em liberdade.

Outro jornalista da Al Jazeera, o único meio de comunicação presente nesta cidade assediada pelos britânicos, declarou que sua equipe foi alvo de disparos quando tentava gravar a distribuição da ajuda alimentar.

Sete jornalistas italianos que desapareceram na sexta-feira em Basra deram sinais de vida em Bagdá no dia seguinte. Foram detidos por milicianos do partido Baath, no poder no Iraque, quando procuravam informações. Os iraquianos apenas os recriminaram por estarem no Iraque sem autorização e os trataram bem.

Já um grupo com dois jornalistas portugueses e dois israelenses foi "maltratado" e "humilhado" no dia 25 de março por militares americanos que pensaram que eles eram espiões ou terroristas.

Em Bagdá, os jornalistas estrangeiros que trabalham em um centro de imprensa no ministério da informação tiveram que mudar para um hotel depois que os bombardeios americanos da semana passada danificaram sensivelmente o edifício.




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