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Morre procurador que investigava golpe na Venezuela
Da AFP
19/11/2004 | 17:48
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O procurador que investigava a tentativa de golpe em 2002 na Venezuela morreu nesta sexta-feira em explosão em Caracas. À meia-noite (2h em Brasília), a caminhonete de Danilo Anderson explodiu, deixando o corpo do promotor completamente carbonizado. Segundo o ministro do Interior, Jesse Charcón, a identificação precisou ser feita a partir de testes científicos devido à gravidade das queimaduras.

Segundo Charcón, uma carga explosiva detonada por controle remoto foi colocada próxima ao assento do motorista, onde estava Anderson.

Manifestantes se concentraram na sede da procuradoria e no necrotério da cidade para lamentar a morte do promotor. "Queremos procuradores como Danilo, com valentia e coragem. Assassinos, covardes!", diziam.

O presidente da organização patronal Fedecámaras, Albis Muñoz, considerou o crime um "ato de terrorismo".

Anderson ficou conhecido por acusar partidários de Hugo Chávez de participação na tentativa de golpe ocorrida contra o presidente venezuelano, em 2002. Ele também indiciou e levou à cadeia o prefeito Enrique Capriles por ataques contra as embaixadas de Cuba em Caracas. Na época, Chávez ficou fora do poder por 47 horas, quando conseguiu restabelecer seu posto.

Na manhã desta sexta-feira, membros do governo, encabeçados pelo vice-presidente José Vicente Rangel, se reuniam na sede da Assembléia Nacional. "Devido à gravidade da situação, foram chamados para uma reunião os representantes dos poderes públicos", declarou o presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Francisco Carrasquero.

O ministro da Defesa, Jorge García, exigiu que "os organismos de segurança do Estado tomem uma atitude".

A deputada Iris Varela culpou opositores radicais pelo assassinato. Ela lembrou recentes declarações do opositor Orlando Urdaneta, em que teria pedido a morte do presidente Hugo Chávez e de seus partidários mais próximos, chamando-os de "o cachorro e sua matilha".

O embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, William Brownfield, repudiou o assassinato de Anderson. "Em um mundo civilizado não há lugar para atos terroristas", afirmou a uma rádio local.




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