A Frente Unida Árabe, que reúne organizações sunitas e xiitas em Kirkuk (norte), decidiu nesta segunda-feira não participar das eleições iraquianas do próximo domingo. "Resolvemos nos retirar das eleições (regionais) depois da decisão da comissão eleitoral de autorizar os curdos deslocados a votar, apesar das tensões comunitárias em Diyala, Tikrit, Mossul e em alguns bairros de Kirkuk", afirmou o secretário-geral da organização, Wasfi al-Assi.

Um acordo firmado no último dia 14 entre a Comissão eleitoral e o governo iraquiano, e formalmente aprovado pelos curdos, deverá permitir que cerca de 100 mil eleitores originários da região e deportados por Saddam Hussein participem do pleito do próximo dia 30 no Conselho da província de Taamim, da qual Kirkuk é a capital.

Este acordo foi firmado para evitar um boicote por parte dos curdos nas eleições. Para o representante da comissão eleitoral independente da cidade, Nihad Zeinal, o número de deslocados que se inscreveram para a votação chega a 49 mil. As inscrições continuam até 26 de janeiro.

A região de Kirkuk, rica em petróleo, conta com cerca de 1,2 milhão de habitantes dos quais 45% são curdos, 45% são árabes e 10% são turcomanos e cristãos. Estas comunidades formam um frágil triângulo desde a queda do partido Baath, em abril de 2003.

Os partidos curdos, que controlam o norte do Iraque, reivindicam abertamente a manutenção dos vínculos de Kirkuk com as províncias autônomas, porém as autoridades de Bagdá haviam proposto uma solução do problema por meio das comissões encarregadas de verificar as denúncias relativas à expatriação promovida pelo antigo regime.