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Tomate é o vilão da cesta básica
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
02/09/2011 | 07:22
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O preço do tomate não deu trégua em agosto no bolso dos consumidores da região. Pesquisa da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André mostra que, em 30 dias, o fruto acumulou alta de 19,86%. O pico ocorreu ao fim da primeira quinzena, quando o quilo atingiu R$ 4,32 nos supermercados do Grande ABC. Após sucessivas altas, hoje é encontrado por R$ 2,83, em média. A principal redução do mês ocorreu nesta semana, quando o fruto ficou 8,41% mais barato.

A principal justificativa, segundo o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, é que variações climáticas atrapalham a produção de hortifrúti, que em curto espaço de tempo pode ter preços alterados para cima ou para baixo. É o caso da batata, que caiu 20,24% no mês (R$ 1,34), e a cebola, com recuo de 6,61% (R$ 1,62).

Somando os 34 itens que compõem a cesta básica da região, o consumidor teve que desembolsar R$ 3,92 a mais para encher o carrinho, que custou R$ 356,08. Alta de 1,11% entre julho e agosto.

O engenheiro agrônomo da autarquia Fábio Vezzá De Benedetto tranquiliza o consumidor e garante que a estimativa não é de trajetórias de alta nos custos da cesta básica - pelo contrário. Por conta da mudança de estação, o preço da carne tende a cair a partir de outubro. É o item mais caro entre os alimentos. Custa hoje R$ 14,88, em média o quilo da carne de primeira, quebrando tendência de aumento nos preços verificados nas últimas semanas. Na quinta-feira da semana passada, o quilo do coxão mole girava em R$ 15,87, em média. "A queda nesse custo a partir de outubro ocorre de forma histórica", diz Benedetto. O leite pega carona nas baixas e tende a ficar a mais barato também a partir do próximo mês.

Com o preço da carne bovina caindo, a tendência é que o frango também fique mais atrativo ao bolso do cliente. O agrônomo explica que, como há demanda reprimida entre as famílias pelo consumo dos cortes bovinos, se o frango encarecer acabará deixando de ser escolhido na hora da compra, daí a baixa nos custos.

Pela época, historicamente também ocorrem aumentos nos valores do arroz, mas a superprodução do grão indica que os custos vão se manter estáveis, prevê Benedetto.

ALTA E BAIXA - Além do tomate, aves e açúcar compuseram o trio que ajudou a elevar o desembolso do cliente para compra da cesta básica. Atrás do fruto, a mistura com mais variação nos preços foi o frango, 5,11%. Ritmo acima do acompanhado nos dois cortes bovinos. Para as carnes nobres, as chamadas de primeira, o avanço correspondeu a incremento de 1,57%. O corte mais barato, de segunda, subiu mais e ficou 3,40% mais caro.

O açúcar deu sabor amargo para o consumidor, que teve de pagar 7,9% a mais pelo quilo do refinado. Esse pacote custa, nesta semana, valor médio de R$ 2,14. Baixa produtividade na atual safra de cana-de-açúcar contribuiu, segundo Benedetto, para que os custos em alta do etanol atrelassem junto os valores da commoditie.

Quando se analisa dados da semana, o valor dos mantimentos ficou praticamente estável, aliviando pouco o bolso do consumidor, caiu 0,85%, com itens orçados em R$ 356,30. Cobrava-se, há sete dias, R$ 359,34.

Ceasa vai atender em novos horários 

A Craisa irá mudar os horários de entrada de seu atacadista, a Ceasa do Grande ABC, a partir do dia 5. As portarias e atendimento do local, que antes funcionavam das 2h às 14h, estarão abertas da 0h às 12h, de segunda-feira a sábado. A companhia afirmou que a ação tem objetivo de tornar o fluxo de entrada e saída de veículos mais seguro e eficiente, para entrada via portões de acesso.

O superintendente da autarquia Euclides Valdomiro Marchi disse que a medida teve como base pesquisa com os permissionários, que têm autorização para uso do local e avaliaram que o novo horário tornará o estabelecimento mais acessível durante o funcionamento do mercado.

No horário de funcionamento, o acesso ao mercado atacadista é livre. Fora dele, é preciso mostrar identificação do usuário. Além disso, a companhia ressaltou que os horários de funcionamento seguem inalterados do atacadista, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17 h.

Diariamente, são vendidas em média 435 toneladas de alimentos, cerca de 11 mil a 12 mil toneladas por mês.

 

Serviço:

Ceasa do Grande ABC

Horário: das 0h às 12h
Local: dentro da Craisa - Avenida dos Estados, 2.195, bairro Santa Terezinha, em Santo André
Informações: (11) 4996-9500




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