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Reunião do Mercosul expõe divergências entre Brasil e Argentina
Da AFP
17/12/2004 | 20:52
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A frágil trégua nas disputas comerciais entre Brasil e Argentina se evaporou nesta sexta-feira na Cúpula do Mercosul em Ouro Preto (MG), onde o presidente argentino Néstor Kirchner advertiu que o bloco caiu em letargia e pediu uma relação equilibrada entre os sócios.

"É como se deixasse para o mercado a possível integração, relegando o trabalho ativo que os estados devem assumir para a produção de efeitos econômicos concretos", disse Kirchner. Já o presidente Lula preferiu deixar nas mãos dos negociadores a discussão das controvérsias comerciais.

"Queremos um Mercosul para milhões de latino-americanos", disse Lula antes de transferir a presidência rotativa do bloco ao Paraguai, do presidente Ninacor Duarte.

O paraguaio não tomou partido na discussão e também não deixou passar a oportunidade de expressar seu plano de trabalho, além de prometer lutar por "uma coordenação das políticas macroeconômicas".

Duarte disse que seu país fará esforço para evitar que os "desequilíbrios entre os sócios não prejudiquem a integração". Ele se referia às demandas da Argentina, que se considera em condições inferiores para competir contra o poder industrial e exportador do Brasil, com seus incentivos produtivos.

Buenos Aires espera há três meses que Brasília responda se está de acordo em aplicar proteções automáticas (salvaguardas) no caso de algum setor industrial ser ameaçado por uma avalanche importadora.

O Brasil deve registrar este ano o maior superávit bilateral da história recente, rondando os US$ 2 bilhões. O déficit em si não é um problema para a Argentina, que, no entanto, luta para diminuir o desemprego de quase 20% e pôr de pé seu combalido aparato produtivo.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, admitiu que não se pode descartar as salvaguardas, ainda que não sejam a melhor solução.




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