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Arqueólogos búlgaros descobrem tesouros da civilizaçao trácia
Do Diário do Grande ABC
05/09/2000 | 11:30
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Arqueólogos búlgaros fizeram recentemente duas ``descobertas fenomenais' para compreender a civilizaçao trácia: os vestígios do palácio de um rei e o maior santuário trácio dos Bálcas.

O palácio de um rei de trácia foi achado perto da fortaleza medieval de Perperikon, a uns cem quilômetros de Starossel, onde se encontrou um santuário que contém provavelmente a tumba de outro rei.

Estes dois sítios, ambos descobertos em agosto passado, remontam aos séculos V e IV AC e se encontram no Sul do país, ambos ficam a 100 quilômetros ao sul de Sofia.

``Perperikon e Starossel sao as duas faces de uma mesma moeda', a vida e a morte dos trácios, explica Valeria Foll, especialista da civilizaçao na Academia búlgara de Ciências.

Os trácios viveram no Sudeste da Europa, nos Cárpatos e Cáucaso desde o IV milênio a.C. até o século II d.C.

Agricultores e pecuaristas foram famosos por sua produçao de objetos de ouro. Os trácios nao tinham escrita. Atribuíam à Terra, ``deusa mae', a origem do mundo. Dela nasceu o Sol. As rochas que ele ilumina sao sagradas.

É por isso que o palácio de Perperikon foi construído seis a oito metros sob a rocha do maciço de Rodopes, acrescenta Valeria Foll.

Uma escadaria monumental leva a uma sala de recepçao da qual se tem acesso à sala do trono, de 25 m x 6 m. O rei atravessava uma entrada de 100 metros de comprimento para aparecer ante seus súditos, precisou Nikolai Ovcharov, chefe do grupo de arqueólogos que descobriu Perperikon.

Os corredores desse palácio de três andares ``permitem imaginar as cerimônias' dos trácios, acrescentou Ovcharov. Os arqueólogos encontraram ainda ``saídas secretas' situadas sob três das quatro portas centrais fortificadas.

Na Bulgária, tinham sido encontradas até agora ``dezenas de milhares de tumbas e túmulos', mas nunca antes um local de residência, informou Ovcharov.

O rei dos trácios era o fiilho da Terra e do Sol e habitava vários palácios para ``cobrir com sua santidade todo seu território', como o Sol que ilumina a Terra.

Os reis trácios eram imortais e por isso deviam ser suntuosamente enterrados para prosseguir sua vida como ``mediadores' entre os humanos e os deuses, segundo Foll.

É por isso que o outro sítio descoberto, o santuário de Starossel, era em princípio um templo visitado por fiéis em que se realizavam festas, informou Gueorgui Kitov, que dirigiu a equipe arqueológica responsável pela descoberta.

Mais tarde, um rei, provavelmente Sitalk, foi enterrado ali e o templo se converteu em santuário, fechado em baixo da terra.




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