O uso da biomassa será um dos temas que engenheiros do setor automotivo brasileiro discutirão durante o Congresso SAE Brasil 2002, que será realizado em novembro, em São Paulo. “Trata-se de um imenso reservatório energético renovável que precisa ser racionalizado e que, eficientemente aproveitado, poderá ajudar nosso país a minimizar os problemas de escassez energética e a conseqüente limitação de crescimento econômico. A biomassa é uma fonte que não seca”, afirma Fernando Penteado, que preside o Comitê de Veículos de Passeio, da SAE Brasil.
O uso da biomassa para geração de energia não é novidade. Desde os primórdios da civilização, o homem vem utilizando a lenha, um dos mais populares produtos da biomassa, como fonte de energia residencial e industrial. Com a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, o Brasil esta expandindo esta utilização para outros elementos como óleos e resíduos vegetais, sisal, biogás, casca de arroz, bagaço de cana, palha e álcool como fonte de energia, possibilitando a geração de empregos com poucos recursos financeiros.
A cana-de-açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, cultivada desde a época da colonização e disseminada praticamente por todas as regiões do país. Somos o maior produtor mundial. Do seu processo industrial, obtém-se o açúcar e suas derivações, álcool anidro e hidratado, o vinhoto, a levedura de cana e o bagaço. O setor hoje compreende mais de 300 usinas e destilarias no país, sendo 140 apenas no Estado de São Paulo. Gera atualmente mais de 900 mil empregos diretos no país (500 mil em São Paulo) e cerca de 3,5 milhões indiretos (2 milhões em São Paulo).
Como incentivo ao uso da biomassa, o governo brasileiro criou o “Programa de Incentivo às fontes Alternativas de Energia Elétrica”, também conhecido como Programa de Co-geração, que obriga as distribuidoras a comprarem 3,3 MW em energias alternativas. Desses, 1,1 MW deve ser oriundo da biomassa. Essa oportunidade de negócio tornou-se bastante atraente e interessante para atender às necessidades e mudar o cenário que vem acompanhando o setor sucroalcooleiro. A co-geração de energia para uso próprio e a venda do excedente para o sistema nacional de energia podem ser a resposta a este desafio e para vencer os obstáculos atuais”, diz Penteado.
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