Economia Titulo
Retomada da economia permanece de forma desigual
Do Diário do Grande ABC
20/06/2000 | 14:06
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Os números divulgados nesta terça pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelando a estabilidade da taxa de desemprego em 7,8%, no mês de abril, revelam também que a economia brasileira permanece funcionando de forma desigual. Em setores importantes, como bebidas, papel e celulose e têxtil, os índices de emprego mantêm-se negativos, em 0,2%, 0,1% e 0,1%, respectivamente.

No cômputo geral, os dados informam um ligeiro crescimento do emprego industrial, naquele mês, com incremento de 0,4% em relaçao a março, perfazendo uma taxa positiva de 0,9%, no bimestre. Em relaçao a abril do ano passado, o incremento é de 0,5%, um índice modesto, considerando-se que, naquele mês, o país ainda vivia a tormenta provocada pela maxidesvalorizaçao de janeiro, com as incertezas perpassando todo o ambiente econômico.

Os analistas do IBGE destacam que o incremento de 0,5% em abril, em comparaçao com igual período do ano passado, ``é o primeiro indicador positivo neste tipo de comparaçao, desde junho de 1995'. Ou seja, desde o início do Plano Real que o emprego industrial vem caindo, quando seu índice é comparado com igual período do ano anterior. Pela primeira, em abril, obteve-se um índice positivo. Nao é muito, mas já é uma luz de esperança sobre um possível fim do período recessivo.

Emprego/Rj e MG - Seis dos 22 ramos industriais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram queda nos níveis de emprego, em abril, em comparaçao com o mês anterior. Em estados importantes da federaçao, como Rio e Minas Gerais, o emprego permanece em queda.

Os setores de maior retraçao, segundo o IBGE, foram farmacêutico (-2,7%), perfumaria (-1,4%) e minerais nao metálicos (-0,8%), além de bebidas (-0,2%), papel e papelao (- 0,1%) e têxtil (-0,1%).

Os setores da indústria que apresentaram maiores altas na abertura de novas vagas de trabalho foram fumo (8,2%), material elétrico (1,3%) e vestuário (1,0%). Já as taxas regionais revelaram os seguintes dados, em abril: Sao Paulo (0,4%), Rio de Janeiro (-0,4%), Minas Gerais (-0,1%), regiao Sul (0,4%) e Nordeste (0,1%).

Na comparaçao mensal, 13 entre 22 gêneros apresentaram crescimento. Os maiores acréscimos foram os de borracha (6,0%), madeira (3,4%), mobiliário (3,2%) e mecânica (2,7%). Por regiao, Sao Paulo (0,4%) está próximo da média nacional, de 0,5%, enquanto Minas Gerais (-2,7%) e Rio de Janeiro (-6,9%) estao abaixo.

Massa salarial - A massa salarial paga pela indústria permanece em queda, quando comparada aos volumes pagos no ano passado e nos últimos 12 meses. Os dados referem-se a abril passado. Segundo o IBGE, em comparaçao com março último houve um incremento de 0,4%, na soma total dos salários pagos pela economia industrial.

Em comparaçao com abril do ano passado, o resultado, entretanto, é negativo, em 0,7%. No acumulado do ano, o índice é mais negativo ainda, alcançando a -3,1%, quando comparado com o acumulado em igual período de 1999. Nos últimos 12 meses, a queda alcança a -7,6%. Ou seja, o brasileiro empregado no setor industrial está recebendo, no conjunto, salário menor do que no ano passado.

Essa informaçao confirma-se quando a comparaçao ocorre entre o salário médio pago em abril e o mesmo recebido em março, com a diferença sendo de -0,1%. Em relaçao a abril de 1999, o salário médio do brasileiro está menor em -1,2%, caindo a -2,5% quando comparado o dado acumulado no ano. Na comparaçao dos últimos 12 meses, a queda chega a 3,2%.

Os técnicos e analistas do IBGE acreditam que o aumento do salário mínimo, em abril, foi o responsável para que a massa salarial tenha ganho o acréscimo de 1%, na regiao Nordeste. No Rio e na regiao Sul, houve também um acréscimo de 0,5%, na massa salarial, resu]tado ligeiramente acima da média nacional, de 0,4%. Em Sao Paulo e Minas a expansao foi de 0,2% e 0,1%, respectivamente.




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