Um Plínio Marcos diferente. A Dança Final é um texto que não aborda a exclusão social nem lança mão de metáforas para falar sobre um regime ditatorial. Lisa e Menezes, personagens de Aldine Müller e Nuno Leal Maia, pertencem à classe média alta, têm dois filhos e não sofrem por questões políticas. Dirigida por Kiko Jaess, a montagem está neste domingo no Teatro Municipal de Mauá.

O problema do casal, às vésperas de completar bodas de prata, é a impotência sexual. Ele imputa à mulher a causa da perda da virilidade. De olho nas aparências, ela quer porque quer a festa dos 25 anos de casamento, que vai de mal a pior. A peça estreou em abril – o texto, que permanecia inédito, pode ser considerado um retrato ao mesmo tempo crítico e bem-humorado das preocupações morais do extrato social que não se vê aflito por causa de dinheiro.

Menezes é o típico machão. Teme se expor na comemoração imaginada pela mulher com toda a pompa característica de uma emergente social. Curiosamente, Aldine e Maia trabalharam juntos no filme O Bem-Dotado – O Homem de Itu (1977), de José Miziara, uma das pornochanchadas mais assistidas na época de seu lançamento.

A Dança Final – Teatro. De Plínio Marcos. Direção de Kiko Jaess. Com Aldine Müller e Nuno Leal Maia. Domingo, às 20h30. No Teatro Municipal de Mauá – r. Gabriel Marquês, s/nº. Tel.: 4555-0086. Ingr.: R$ 20.