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PFL quer eleições primárias para Presidência da República
Do Diário OnLine
13/06/2001 | 20:20
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O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), vai negociar com os partidos da base aliada - PSDB, PMDB, PTB, PPB - a realização de eleições primárias em março de 2002 para definir um candidato único da base governista à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Nas primárias, todo o eleitorado estará convidado a escolher o candidato governista para disputar o cargo em questão.

Bornhausen propõe que os partidos definam até novembro um programa único de governo e seus pré-candidatos. Entre eles, um deverá ser escolhido nas primárias para disputar com o candidato da oposição a cadeira de FHC.

O PFL quer que as eleições primárias aconteçam por meio de urnas eletrônicas. A proposta será apresentada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nelson Jobim. Para que este tipo de eleição aconteça é necessário alterar a Lei Eleitoral antes de março de 2002.

A realização das primárias pode provocar situações desconcertantes entre os partidos da situação. O PTB, por exemplo, que namora o presidenciável Ciro Gomes (PPS), ex-governador do Ceará, deve se opor à idéia. O PMDB, que enfrenta um pequeno “racha” interno, também pode encontrar problemas na prévia, já que parte de seus dissidentes apóiam candidaturas de opositores, como do governador Itamar Franco (MG) e do senador Pedro Simon (RS).

Questionado sobre o problema, o presidente do PFL procurou minimizar seus efeitos. “Depois de escolhido o programa, o candidato terá compromisso com ele”, afirmou Bornhausen, evidenciando que o importante é a proposta, e não o nome do candidato.

Os partidos da base aliada não se pronunciaram oficialmente sobre a proposta. As opiniões são bastante divergentes, até mesmo dentro do PFL. Enquanto Borhausen cria a realização das primárias, o senador Renan Calheiros diz que ainda é cedo para a falar sobre sucessão presidencial. Para ele, a discussão, no momento, é “secundária”.

Oposição — A oposição mostrou simpatia à proposta, principalmente o candidato do PPS. “Sempre defendi a realização de prévias”, afirmou Ciro. O presidenciável, porém, não perdeu a oportunidade de cutucar os adversários. Ele disse que a proposta surge para ajudar o governo a sair do "imobilismo", ao tentar substituir o debate no País em torno da crise energética e das denúncias de corrupção. O candidato afirmou ainda que a base não tem “perfil democrático” para realizar prévias.

O provável candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, também considera importante a realização de primárias, mas afirmou que na oposição elas deverão ocorrer somente no primeiro turno. Ele disse que o partido tem certeza que estará no segundo turno das eleições definitivas.

Sobre a proposta de Bornhausen, o petista disse que a base aliada vai enfrentar dificuldades para montar uma chapa única porque há muitas divisões internas. Ele citou o PSDB como exemplo, que tem pelo menos três prováveis candidatos à presidência: os ministros da Saúde, José Serra, e da Educação, Paulo Renato Souza, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati.




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