A tragédia com o submarino russo "Kursk", que naufragou no Mar de Barents no dia 12 de agosto provocando a morte de 118 marinheiros pode estar definitivamente explicada. Nesta quarta-feira, o vice-primeiro-ministro russo Ilia Klabanov, responsável pela investigaçao, informou que uma fita de vídeo que mostra os restos do "Kursk" prova que houve um choque com outro submarino, o que teria provocado as duas explosoes.

A informaçao foi dada após um encontro entre Klabanov e o governo que discutiu o acidente. Segundo o vice-premiê, foram recolhidas ``sérias provas em vídeo' que provam a colisao. Klebanov informou que os mergulhadores descobriram marcas de abalroamento na proa do "Kursk", que só poderiam ter sido causadas por um choque.

No entanto, Moscou se recusa a emitir uma decisao final sobre a tragédia, classificada como o pior desastre marítimo da Rússia.

O submarino está encalhado a 108 metros de profundidade. Depois de quase três meses, apenas 12 corpos puderam ser resgatados. Na terça-feira, a Frota do Norte informou que o resgate dos 106 corpos que ainda estao dentro dos compartimentos do "Kursk" é praticamente impossível porque a operaçao é muito complicada. Algumas partes do submarino tiveram danos sérios e por isso, nao podem ser abertas.

Nesta quarta-feira, uma nova carta foi encontrada no corpo de um outro marinheiro. No papel estava escrito: ``Nos sentimos mal. A pressao no compartimento aumenta. Se nós sairmos nao vamos suportar a pressao. É pouco provável que possamos sair pela escotilha de segurança. Nao sobreviveremos mais que 24 horas.'

No mês passado, um bilhete foi encontrado no bolso de um dos tripulantes que foram retirados do "Kursk". Neste, havia a informaçao de que cerca de 20 deles permaneceram vivos após as duas explosoes.