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Ana Moser se despede das quadras de vôlei
Ana Paula Dutra
Da Redaçao
19/03/2000 | 20:59
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Um mar de lágrimas. É assim que pode ser descrita a homenagem feita neste domingo, no Ginásio Milton Feijao, em Sao Caetano, a uma das maiores jogadoras do vôlei brasileiro, Ana Moser, que precedeu sua última participaçao da atleta em uma quadra. De todas as estrelas do vôlei que estiveram presentes para participar da partida, a que mais parecia sentir a perda da companheira era Leila, que nao segurou, e chorou mesmo. A platéia seguiu o mesmo impulso. Ana Moser, por sua vez, conseguiu se segurar, mas nao disfarçou a emoçao.

"Todo atleta sabe que sua carreira vai ter um fim, e eu sempre me preparei para este dia. Sei que vou sentir falta, mas a minha condiçao atual de saúde nao me permitia mais continuar. Hoje é um dia alegre e nao de lágrimas, estou aqui com todas as meninas reunidas, e ista é uma despedida fantástica", contou a ex-jogadora do Sao Caetano, que deixou as quadras após 19 anos de carreira e uma série seguida de contusoes no joelho esquerdo.

Leila justificou as lágrimas pela amizade e respeito que tem pela profissional Ana Moser. "Além de ser uma grande amiga, a Ana foi a propulsora de todo um nova geraçao de atletas vencedoras. Eu sou emotiva mesmo, mas para quem sabe o que o vôlei significa para ela, é difícil ouvir que esta será a última vez que ela entra em uma quadra".

O time da homenageada, chamado de As Amigas de Ana Moser, ganhou do adversário, As Estrelas da Superliga, por 3 sets a 1, com parciais de 25/23, 23/25, 31/29 e 25/22. Nos dois primeiros sets, os dois times, recheados de grandes estrelas como Leila, Fofao, Fernanda Venturini, Danielle Scott, Virna e Janina, pareciam nao se encontrar em quadra e faltou muita técnica para um jogo de estrelas. Nos dois últimos sets a velocidade de jogo aumentou, e o público pode presenciar algumas jogadas dignas de seleçao brasileira e jogos de Superliga.

Mas pela própria atitude das jogadoras, o esquema do jogo pode ser compreendido. O astral na quadra nao era de competiçao, mas de diversao. As jogadoras, ao contrário do que normalmente acontece, nao apresentavam o mínimo sinal de tensao e passaram a maior parte do tempo brincando entre si. O resultado nao importava, nem para as jogadoras, nem para o público, que estava lá para ver de perto um dos maiores mitos da modalidade.

Mas quem foi assistir Ana Moser jogar, teve de se contentar apenas com o primeiro set e metade do segundo, quando a jogadora deixou a quadra acenando para o público. "Nao achei nem que fosse aguentar jogar o primeiro set. Estou com dor e nao treino há algum tempo. Mas valeu a despedida". Na saída a atleta foi rodeada por grande parte das pessoas que compareceram ao Milton Feijao, que estava completamente lotado.




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