Imagine frear um caminhão de 6.700 quilos a uma velocidade de 150 km/h em um terreno com pedras, areia e lama. Esta, no entanto, é a missão do piloto Carlos Salvini no Rally dos Sertões.

A bordo de um Mercedes-Benz Atego 1725 com tração integral 4x4, Salvini, o navegador Guido Salvini Neto, filho do piloto, e o mecânico Fernando Chwaigert foram campeões do Rally dos Sertões 2006 na categoria entre 4.800 e 8.500 quilos. A equipe trabalhou em conjunto com a Mercedes-Benz para preparar o veículo.

Para enfrentar os 3.800 quilômetros do rali, com trechos de pedra, lama, areia e rios, o caminhão passou por algumas modificações.

A principal foi no conjunto da suspensão, que recebeu reforço nas molas e amortecedores. O motor 8.0 foi recalibrado para gerar mais potência e torque (não divulgados) para que o caminhão pudesse chegar aos 150 km/h, velocidade máxima permitida na prova. Além disso, a relação do eixo traseiro é alongada, o que faz com que a peça gire mais vezes para ganhar velocidade maior.

“O caminhão de rali tem mais estabilidade que um carro em razão da sua largura e do peso, mas para frear e desviar de árvores é bem mais complicado ”, explica Salvini, que começou a correr de carro na década de 70 e já foi campeão da prova em 2003.

Os esforços, porém, não param por aí. Para trocar um pneu, por exemplo, Salvini e a equipe fazem um treinamento. “Antes levávamos uma hora. Agora a troca dura entre 12 e 15 minutos”.