O Santander, participante do programa de privatizaçao, distribuiu relatório apontando passivos expressivos para o Banespa. Questionada sobre o assunto, a instituiçao divulgou a seguinte nota: "O Santander publicou, em 19 de maio último, relatório sobre a "Dinâmica da Venda do Banespa" como uma atualizaçao de análises rotineiramente produzidas pela área de Research do Banco, a qual tem o objetivo primordial oferecer aos seus clientes avaliaçoes precisas e completas sobre os setores que cobre. Desde a abertura do sala de informaçoes e por ser um dos participantes do processo de leilao, o Santander nao está mais produzindo relatórios ou se pronunciando a respeito de quaisquer assuntos relacionados ao Banespa".
Quando da divulgaçao do relatório, houve mal-estar entre os participantes do programa de privatizaçao, acreditando-se que com o relatório a instituiçao estaria sugerindo que o Banespa deveria perder valor e que o Santander teria desistido de participar do programa de privatizaçao do banco federalizado. Carlos Daniel Coradi, presidente da consultoria EFC, acredita, no entanto, que a presença de nove bancos interessados em adquirir o Banespa no programa de privatizaçao demonstra que a "instituiçao é cobiçada".
Segundo Coradi, possivelmente neste ano o Banespa será privatizado. A lista dos nove bancos pré-qualificados demonstra o interesse pelo leilao e a privatizaçao "será um divisor de águas nas batalhas silenciosas que os grandes bancos brasileiros privados e os estrangeiros travam pela liderança do sistema bancário brasileiro", diz Coradi. E acrescenta: "Os estudos macroeconômicos sobre a presença do setor bancário na economia brasileira mostram que há grande espaço para o crescimento do sistema".
Estudos da EFC mostram que a oferta de crédito bancário em relaçao ao Produto Interno Bruto (em %) é de 122,6% na Alemanha; 121,3% no Reino Unido; 116,0% no Japao; 115,1% na Tailândia; 109,7% na Cingapura; Coréia do Sul 74,2%; Estados Unidos 71,5% e apenas 27,7% no Brasil. Segundo Coradi, nos próximos cinco a dez anos, o Brasil deverá caminhar dos 27,7% do PIB de oferta de crédito para níveis próximos a 70%, levando-se em conta os percentuais da Itália (60,2%) ou da Coréia do Sul (74,2%).
Se o PIB brasileiro crescer em dez anos 4% ao ano, a oferta de crédito poderá atingir US$ 900 bilhoes em 2009 - o mesmo que multiplicar por cinco a atual oferta. Coradi diz que o interesse despertado pela privatizaçao do Banespa está em utilizar a rede de agências do banco federalizado para liderar o processo de expansao de crédito na economia nos próximos anos. Coradi diz que a disputa será acirrada. Ele observa, por exemplo que se o Bradesco vencer o leilao ficará "imbatível". O Itaú passa o Bradesco em ativos totais se vencer o leilao de privatizaçao.
Ele observa que os bancos estrangeiros e os demais nacionais estao interessados em abocanhar a elevada lucratividade com a expansao do crédito no Brasil nos próximos anos.
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