O ministro da Secretaria dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirmou, no início da noite deste sábado, que já foram identificados os dois pistoleiros que assassinaram com três tiros a missionária religiosa americana Dorothy Stang, 76 anos. O crime ocorreu na manhã deste sábado, no município de Anapur, a oeste do Pará. Além disso, as duas pessoas que estavam junto com Dorothy estão sob proteção policial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que a Polícia Federal participe das investigações do assassinato da missionária.

Dorothy trabalhava há mais de 20 anos no Estado defendendo agricultores rurais e na semana passada, em reunião com Nilmário Miranda, ela denunciou que quatro pessoas da região estavam recebendo ameaças de morte.

A americana também denunciou que fazendeiros e madeireiros invadiram uma área de Anapur. A ministra Marina da Silva, que está no Pará participando de uma cerimônia de apoio às famílias da reserva extrativista Verde Para Sempre, da Silva vai acompanhar as investigações.

No início de fevereiro, o ministro Nilmário Miranda chegou a afirmar, durante a instalação do Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, que o Pará "é um dos estados onde mais há conflito fundiário no país e problemas de questões ambientais".

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse que o governo será implacável na punição dos assassinos e que o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) seguirá para a região representando o partido. "Esse crime não pode ficar impune, é fato grave e até que as investigações sejam esclarecidas é preciso suspender as negociações com possíveis interesses contrariados", afirmou.