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Pio Borges diz que Ford na BA nao fere Mercosul
Do Diário do Grande ABC
12/07/1999 | 16:45
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pio Borges, garantiu nesta segunda-feira que a instalaçao da Ford na Bahia nao fere nenhum acordo assinado com o Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul). Segundo Borges, a reclamaçao dos argentinos deve-se à frustraçao da expectativa de exportaçao de autopeças para o Brasil.

Borges contou que a Argentina esperava exportar para o Brasil 30% de autopeças, no caso de a Ford se instalar em Guaíba no Rio Grande do Sul. Posteriormente, de acordo com o presidente do BNDES, com a desvalorizaçao cambial, essa expectativa caiu para cerca de 20% e, hoje, com a transferência da fábrica para a Bahia, a exportaçao de autopeças argentinas deve variar, no máximo, entre 5% e 10%.

O presidente do BNDES explicou que a queda na expectativa de exportaçao Argentina se deve à previsao de que 17 indústrias satélites de autopeças também se instalarao no Nordeste para dar suporte à fábrica da Ford. Borges adiantou que a exemplo do financiamento a ser dado para a Ford, o BNDES também poderá financiar parte dos investimentos previstos das indústrias de autopeças, estimados em R$ 900 milhoes.

"Ainda nao recebemos qualquer solicitaçao nesse sentido", garantiu. O presidente do BNDES explicou que o aumento do financiamento previsto para a Ford, de R$ 550 milhoes para R$ 700 milhoes, se deve ao fato de a empresa ter aumentado a capacidade produtiva. Além disso, para o Norte e Nordeste, o limite de financiamento do BNDES é de 70%, enquanto que esse porcentual é de 60% para as demais regioes do país.

Borges nao acredita que Sao Paulo vá perder algo com a instalaçao da fábrica da Ford na Bahia. "Acho que nao se trata de transferência de atividade, mas de expansao", justificou. Na avaliaçao dele, se a fábrica de Sao Paulo for lucrativa, a Ford continuará tendo presença no Estado. Caso contrário, a fábrica fechará, independente de ter ou nao outra unidade no Nordeste.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Celso Lafer, afirmou que é prematura qualquer avaliaçao sobre se o Brasil estaria ou nao ferindo as regras da Organizaçao Mundial do Comércio (OMC) ou do Mercosul com relaçao à Ford. "O governo está estudando o assunto e nao é apropriado fazer qualquer comentário antes de uma posiçao final", disse. Ele adiantou que o ministério deu o parecer. "O assunto nao é exclusivo deste ministério", explicou. Mesmo sem explicitar a opiniao, Lafer defendeu a desconcentraçao industrial como um dos objetivos do governo.




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