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Vendas de imóveis frustram expectativa de salão da Acigabc

Montante comercializado foi de R$ 37,6 mi,
enquanto a perspectiva era atingir R$ 80 mi

Gabriel Russini
Especial para o Diário do Grande ABC
25/03/2017 | 07:27
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Nario Barbosa/DGABC


Diante do cenário de crise econômica e consequente postergação do investimento em imóvel novo, devido às incertezas em torno da manutenção do emprego, as vendas obtidas durante o 1º Salão do Imóvel ABC frustraram as expectativas da organizadora, a Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC).

A entidade esperava movimentar em negócios o equivalente a R$ 80 milhões em um único fim de semana, nos dias 18 e 19, no evento realizado no estacionamento do Extra Anchieta, em São Bernardo. No entanto, efetivamente foram registrados R$ 37,6 milhões nas vendas de apartamentos – equivalente a 47% do projetado.

O total de visitantes também ficou bem abaixo do esperado – 12,5% das 20 mil pessoas aguardadas. Questionado sobre os resultados, o presidente da Acigabc, Marcus Santaguita, disse que muitos dos 2.500 presentes se mostraram interessados em adquirir uma unidade, tanto que foram realizados 1.692 atendimentos. E que, portanto, o valor pretendido poderá ser alcançado nos próximos 45 dias.

“Teve muita gente que foi com a intenção de comprar e não fechou na hora. Mas, pela expectativa dos corretores, creio que podemos dobrar o valor atual de arrecadação”, justificou. Significa dizer que o montante pode chegar a R$ 76 milhões. “Esperamos reaquecer o mercado imobiliário, que ficou parado nesses últimos três anos”, completa Santaguita.

Durante os dois dias do salão, os expositores ofereceram vantagens como descontos, parcelas fixas e até isenção de condomínio durante um ano para quem fechasse negócio.

OFERTA - Foram oferecidos cerca de 2.000 imóveis, tanto novos quanto em construção, dos quais aproximadamente 500 se encaixavam na terceira faixa do programa Minha Casa, Minha Vida, avaliados em até R$ 300 mil.

No geral, os preços das unidades vão de R$ 250 mil a R$ 350 mil, e têm entre dois e três dormitórios. Só não havia apartamentos disponíveis em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Para o presidente da associação, apesar de a projeção não ter sido conquistada nesse primeiro momento, o evento foi um sucesso e serviu de vitrine para os imóveis disponibilizados pelas construtoras.

O diretor comercial da Viana Imóveis, Marcelo Frias, partilha da opinião. “Fechamos negócios logo no primeiro dia da feira e estamos confiantes de que muitos outros serão concretizados em razão do evento.”

Participaram do salão as construtoras Jacy, MBigucci, Patriani, Guaíra, MZM, Villasul, Ekopar, Basilar, Murador Suporte, Nazaré, Reluma, Exkalla, Recon, Absoluta, Martinez & Fernandes e Maximo Aldana, além das empresas parceiras como House Mix, Primolar Móveis e Leroy Merlin. Também estiveram presentes Caixa, Bradesco e Vigorito.

Santaguita reconhece que a demanda esteve reprimida nos últimos três anos e defende que este é o momento de voltar a impulsionar o mercado, oferecendo boas oportunidades aos compradores.

Em 2016, conforme dados da Acigabc, foram vendidas no Grande ABC 2.962 unidades, redução de 42,6% ante 2015, que registrou 4.939 vendas. Quanto aos lançamentos, houve retração de 44,5%, com 2.242 apartamentos, frente a 4.042 no ano anterior.

“Um dos pilares fundamentais de sustentação do mercado imobiliário é a oferta de crédito e o fácil acesso ao mesmo por parte das famílias. Toda vez que ocorre redução de juros, mais pessoas passam a ter acesso ao crédito, uma vez que as parcelas caem e cabem no orçamento”, disse Santaguita. “Acredito que vamos realizar outra edição mais a frente.”
 




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