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Na região, 1,86 milhão de eleitores irão às urnas
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
27/09/2008 | 07:33
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Desde as últimas eleições municipais, que ocorreram em 2004, o número de eleitores no Grande ABC registrou aumento de 5,14%. No total são 1.860.609 pessoas inscritas nos cartórios eleitorais da região, 95.628 a mais que há quatro anos. Quando a comparação é feita com o ano de 2000, o crescimento do eleitorado na região é de 14,34%. Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e referem-se ao mês de julho.

São Caetano é a única cidade da região que apresentou queda no número do eleitorado: 16,73%. São 16.276 eleitores a menos que em 2004, totalizando 97.274. A explicação para a redução, de acordo com o chefe do cartório 166º, Walmir Quadro Bulhões, é a revisão eleitoral ocorrida na cidade entre outubro e dezembro do ano passado. "Foi feita uma revisão dos eleitores que realmente moram em São Caetano. Quem não conseguiu comprovar a residência no município teve de transferir o título."

Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, a redução no número de eleitores poderá deixar mais acirrado o pleito. "Haverá competição de mais candidatos por menos votos, principalmente para vereadores", comentou.

Os outros seis municípios apresentaram alta no número de eleitores entre 2004 e 2008, sendo que Diadema ocupa o primeiro lugar no ranking, com aumento de 8,33%. O salto foi de 253.273 para 274.814 neste ano.

Em Mauá, segundo maior crescimento da região, o volume do eleitorado subiu de 253.273 para 274.814 em quatro anos, que corresponde a 7,84%. Ou ainda 21.541 a mais de eleitores. O funcionário do cartório Daniel Borges Mariano afirma que dois fatores podem influenciar no aumento. "Pode ser que a população da cidade aumentou e com isso a regularização de domicílio eleitoral, ou ainda que o número de pessoas que já podem votar tenha crescido."

São Bernardo, a maior cidade do Grande ABC em população e também em eleitorado, teve aumento de 7,19% no número de títulos inscritos. O número de eleitores passou de 500.785 para 539.584.

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra tiveram, respectivamente, aumento de 6,77% e 4,37% na quantidade de eleitores. A primeira possui hoje 82.619 votantes. Já a segunda, que também é a que possui o menor eleitorado do Grande ABC, registra 31.661 eleitores. Valor que representa apenas 0,109% do eleitorado nacional.

O menor crescimento ficou por conta de Santo André, com alta de 3,66%. No total, 533.428 pessoas devem ir às urnas nestas eleições. São 19,5 mil eleitores a mais que em 2004.

1 - Mais da metade dos eleitores da região (51,6%) não chegou a cursar o Ensino Médio. São 962 mil pessoas, o que equivale à soma dos habitantes de São Bernardo, São Caetano e Rio grande da Serra. Os números revelam que, ao contrário do que se imaginava, o Grande ABC, como área industrializada, não tem qualificação de mão-de-obra. Além disso, indicam que quem decide o voto é o público menos escolarizado. Mesmo assim, a média dos eleitores da região que não chegaram ao Ensino Médio ainda é 'melhor' do que a alcançada em território nacional: 64,6% ( 82,8 milhões).

2 - No ranking municipal, Rio Grande, Diadema e Mauá registram as piores notas. O único município abaixo da casa dos 40% é São Caetano, com 'apenas' 34%. Boa parte do eleitorado regional (32,5%) nem completou o Ensino Fundamental. Outros 10% das pessoas com direito a voto nas sete cidades são analfabetas ou capazes de ler e escrever, mas sem ter freqüentado a escola regular. O levantamento foi tabulado a partir de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As médias municipais têm como base o número de eleitores de cada cidade. Nesse quesito, Rio Grande da Serra tem os piores índices de analfabetismo: 5,94%.

3 - O número de adolescentes com título de eleitor na região estagnou nos últimos dez anos. No próximo dia 5 de outubro, apenas 1,16% do eleitorado habilitado a votar terá menos de 18 anos, taxa praticamente inalterada à registrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1998, apesar de o total de eleitores ter crescido 22,3% no período. O interesse por política no Grande ABC está abaixo da média nacional, que é de 2,23%. A diferença mostra que o acesso à informação não se traduz em participação política. A região, que já liderou a luta sindical no País, hoje não forma militância engajada




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