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Slobodan Milosevic é enterrado na Sérvia
Do Diário OnLine
Com AFP
18/03/2006 | 17:33
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O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic foi sepultado neste sábado no jardim de sua casa em Pozarevac, sua cidade natal na Sérvia, sem a presença de seus familiares, que cumprem exílio na Rússia. 

O caixão com o corpo de Milosevic recebeu uma última homenagem na praça central de Pozarevac para, em seguida, ser levado para a fazenda da família Milosevic. A rua por onde passou o cortejo fúnebre estava tomada por milhares de pessoas.  

O ex-chefe de Estado, que ficou conhecido como o "carniceiro dos Bálcãs", foi sepultado às 17h53 locais (13h53 de Brasília). Na lápide, as inscrições, em letras douradas, diziam simplesmente "Slobodan Milosevic, 1941-2006".

Nenhum familiar de Milosevic assistiu ao enterro, nem sua viúva, Mira, nem seus filhos, Marko, Marija e Borislav, que vivem exilados na Rússia. Para explicar a ausência dos familiares, um alto encarregado do Partido Socialista disse que eles sofrem "ameaças e chantagens".

No entanto, cartas escritas por Marko e Mira foram lidas pouco antes de o caixão ser fechado. "Você voltou para casa para sempre", disse a viúva em sua mensagem. "Estávamos constantemente juntos. Mas você passou cinco anos na prisão e eu não o via há três. Os criminosos que o mataram talvez queiram a minha vida e a vida dos nossos filhos", acrescentou.

"Pai, eu cumpri o que você me pediu e mandei você para casa, junto de nós, onde você queria, onde é o seu lugar, para um dos mais belos lugares nesta sagrada terra Sérvia, onde grandes heróis e mártires sérvios morreram por sua pátria", dizia a carta do filho Marko.

Homenagens x protestos - Em Belgrado, mais de 50 mil nostálgicos do regime de Milosevic o homenagearam neste sábado aos gritos de "Slobo, o sérvio". Vindos de toda a Sérvia, os partidários de Milosevic se reuniram nas imediações do Parlamento federal de Belgrado para a homenagem em torno do caixão, convocada pelo Partido Socialista. 

Também em Belgrado, outro grupo de pessoas decidiu comemorar o enterro do ex-presidente, dizendo-se vítimas do regime de Milosevic. Na Praça da República, a principal da capital sérvia, pelo menos 2 mil manifestantes protestavam com apitos e balões coloridos.

Aos gritos de "Ele está acabado, finalmente", os manifestantes se disseram "ultrajados com a volta da política nacionalista" no país dos Bálcãs. "Ele é um criminoso de guerra condenado e não é presidente desde 2000. Ele não merece nenhuma atenção", comentou o manifestante Branko Panovic.

Slobodan Milosevic, 64 anos, morreu de ataque cardíaco no último dia 11 em uma cela do Tribunal de Haia, na Holanda, onde ele estava sendo julgado por crimes de guerra. Ele era acusado de ter praticado genocídio durante as guerras dos anos 1990 que dividiram a antiga Iugoslávia.




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