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Reforma de estádios ameaça agenda de shows
14/04/2010 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Ao lançar em São Paulo, na manhã de ontem, nova tecnologia de venda de ingressos, o Show Pass, a maior empresa de show biz da América Latina, a Time For Fun (T4F), queixou-se que a indústria de que faz parte - e que se tornou a terceira maior do mundo - poderá sofrer duro golpe nos próximos meses com o fechamento de estádios para reforma.

O Parque Antártica, que abrigou show recente do Guns ‘N Roses (e vai receber o Aerosmith), fecha em junho. O Pacaembu está vetado pela prefeitura. O Morumbi, caso seja mesmo destinado à partida de abertura da Copa do Mundo, fechará ainda neste ano para a remodelação. No Rio de Janeiro, o Maracanã fecha em setembro e vai abrir só depois de 20 meses.

Fernando Altério, CEO da Time For Fun, disse que pediu à gestão de Gilberto Kassab que libere o Pacaembu para concertos de pop e rock por um determinado período, para evitar o blecaute na indústria de entretenimento nacional.

"Alguma solução tem de ser dada, porque está ficando muito crítica a situação", afirmou o empresário. "O Anhembi é uma coisa improvisada. Como estádio, a única alternativa é o Morumbi. Notícia de ontem no jornal Estado de S.Paulo diz que o estádio não vai receber nenhum jogo da Copa - não vou dizer que estou torcendo para que isso ocorra, mas não vou ficar chateado. Porque, se o Morumbi fechar para adaptação para a Copa, aí a situação vai ficar supercrítica", afirmou Altério.

"Nós estamos fazendo gestões junto à municipalidade na tentativa de, pelo menos, reabrir o Pacaembu para um número limitado de shows. Se a imprensa ajudar a sensibilizar os administradores da cidade nesse sentido, isso será muito importante. Porque daqui a pouco não vai ter mais o que fazer mesmo."

A Time For Fun é proprietária das casas de shows Credicard Hall, Citibank Hall (São Paulo e Rio) e Teatro Abril e operadora no País da Ticketmaster. Ontem, anunciou uma tecnologia exclusiva de venda de ingressos em parceria com a operadora Mastercard, de cartões de crédito, o Show Pass.

Segundo Fernando Altério, a tendência no mercado de show biz é que a compra de ingressos passe dos chamados "meios presenciais" (bilheterias) para os "não presenciais" (call center e internet).

Ele disse que o show recente do grupo australiano AC/DC, no Morumbi, teve os ingressos esgotados em 16 horas e 70% das vendas aconteceram via internet. A nova tecnologia é considerada pelos empresários a mais apropriada para compra pela internet.

Curiosamente, a parceria entre Time For Fun e Mastercard pode trazer prejuízo para uma das empresas do grupo TF4, que é a Ticketmaster (atualmente, essa empresa controla 62% do mercado norte-americano de venda de bilhetes de shows).

Se o espectador optar por comprar pelo novo cartão, deixa de pagar pela taxa de entrega, que é a base do lucro da Ticketmaster.

Segundo Fernando Altério, a parceria com a administradora também pode ajudar a trazer novos shows para o Brasil. Ele disse que há grandes concertos em negociação, mas só confirmou um: a turnê de Lady Gaga, em estudos para o segundo semestre.

Altério disse que o fechamento do Morumbi não é um entrave para a apresentação da cantora. "O show da Lady Gaga não seria para um local dessa magnitude. Seria para umas 30 mil pessoas. Não vejo o show dela para 50 mil, por enquanto, no Brasil. Esse é um dos conteúdos que estão em estudos de virem para o Brasil no segundo semestre."




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