O Bird (Banco Mundial) publicou um relatório nesta segunda-feira em que afirma que os quatro bilhões de pessoas que vivem na pobreza têm um poder de compra de US$ 5 trilhões, mercado desconhecido que pode enriquecer as empresas e seus clientes.

“Estas pessoas - 72% da população mundial - sobretudo na Ásia e nas regiões rurais, representam um mercado significativo e mal-alimentado”, explicou Allen Hammond, vice-presidente da organização World Resources Institute, co-autor do relatório. Para ele, este mercado deve ser aproveitado.

Hammond disse que as empresas e seus clientes podem se beneficiar disso, porque existe um custo adicional ligado à pobreza, segundo o relatório: “Os mais pobres têm freqüentemente acesso a produtos e serviços mais caros, de menor qualidade, e às vezes em condições difíceis ou até impossíveis”.

“A empresa faz parte da solução, não do problema”, acrescentou Michael Klein, economista da Sociedade financeira internacional (IFC/SFI), especializada em ajuda ao setor privado do Bird.

A maior parte desta população, cuja renda varia entre US$ 1,5 e US$ 4 por dia, vive na Ásia e no Oriente Médio (2,86 bilhões de indivíduos) e seu poder de compra representa US$ 3,47 trilhões.

Em seguida vêm a África (486 milhões de indivíduos - US$ 429 bilhões), a América Latina (360 milhões - US$ 509 bilhões) e Europa do Leste (254 milhões - US$ 458 bilhões).

As necessidades destes povos são predominantemente ligadas à alimentação (2,895 trilhões), energia (433 bilhões), moradia (332 bilhões), transportes (179 bilhões), saúde (158 bilhões), água (20 bilhões) e tecnologia da informação (51 bilhões), sobretudo a telefonia celular.