Economia Titulo Pesquisa
Santo André tem refeição mais cara
Gabriel Russini
Especial para o Diário
10/03/2017 | 07:27
Compartilhar notícia


Está cada vez mais caro se alimentar fora de casa no Grande ABC, isso porque o cenário é de intensa crise econômica. De acordo com dados de pesquisa da Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador), elaborada pelo Instituto Datafolha, o trabalhador de Santo André é o que mais gasta na Região Metropolitana para comer em restaurante, ao desembolsar R$ 35,01. Esse valor corresponde a refeição composta por prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café, e foi feita média com base nas modalidades comercial (R$ 27,93), autosserviço (R$ 30,11), executivo (R$ 48,90) e à la carte (R$ 66,29) em novembro de 2016.

Esse combo, além de ser o mais caro dentre nove cidades pesquisadas na Grande São Paulo, sofreu aumento de 31% em comparação com igual período de 2015, o que representa alta de R$10,85. O desembolso médio para comer fora em estabelecimentos andreenses supera, inclusive, o valor da Capital, de R$ 33,82 – segunda colocada no ranking. Custa mais também que a média nacional, de R$ 32,94.

Para se ter uma ideia do quanto significa esse gasto no orçamento do trabalhador que ganha um salário mínimo (à época da pesquisa, R$ 880) e não recebe vale-refeição, ele consome 87% da renda mensal. Isso se for considerada a alimentação em restaurante durante jornada de trabalho de 22 dias úteis, de segunda a sexta-feira.

O presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira, entretanto, contesta o levantamento, ao defender que não condiz com a realidade dos restaurantes de Santo André. “Não acredito que o preço médio esteja nesse patamar. Todo ano há aumento, mas nem chega perto desses 31%, geralmente se tem a reposição da inflação apenas (que nos 12 meses encerrados em novembro acumulava 7%). Os que subiram mais, reajustaram em 20%, no máximo, e ainda assim notavam abandono dos clientes”, diz. “Além disso, houve queda brusca no movimento dos estabelecimentos nos últimos dois anos devido à onda de demissões. Com isso, as pessoas passaram a se alimentar mais em casa do que fora. Ou seja, não faz sentido elevar o preço nessa magnitude com a demanda em queda”.

Para a estudante de Jornalismo Agnes Hehn, que consome em média R$ 15 por dia para almoçar, o preço de restaurantes por quilo está abusivo. “No meu caso só vale a pena porque como pouco”. Em 2012, de acordo com a mesma pesquisa, Diadema foi eleita a mais cara para se alimentar, com preço médio de R$ 37,41 por refeição. Neste ano, participaram da pesquisa São Caetano, que ficou com a terceira colocação, com preço médio de R$ 31,73; São Bernardo em sexto, com R$ 29,26 e por fim, Diadema, com desembolso de R$ 27,23 e na nona colocação.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;