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Pixinguinha vira personagem de história infantil
Do Diário do Grande ABC
12/11/1999 | 16:00
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O coraçao de um montao de criancinhas vai bater feliz, bem feliz, depois que elas conhecerem a história de Alfredo Vianna Filho no livro-CD "Pixinguinha para Crianças - Uma Liçao de Brasil". O lançamento ainda nao está nas livrarias. Nasceu como um brinde da Petrobrás, para ser distribuído nas escolas, mas a repercussao tem sido tao grande que a tiragem inicial de 5 mil exemplares terá de ser dobrada imediatamente.

Em formato de livro de bolso da editora Multiletra, com ilustraçoes imperdíveis de Guto Nóbrega, texto competente da escritora Rosa Amanda Strausz e organizaçao precisa de Carlos Alberto Rabaça, "Pixinguinha para Crianças" resgata para as novas geraçoes do País a trajetória de sucesso do autor do clássico Carinhoso. "Por onde ele passou, deixou seu rastro de brasilidade", diz Glória Regina Rabaça, que assina a co-ediçao e a pesquisa do livro.

A infância no casarao da Rua Vista Alegre, no Rio, as dificuldades de aprender latim na escola, o interesse precoce pelas aulas de flauta com o professor Leitao, a varíola contraída aos 11 anos, as primeiras apresentaçoes de chorinho nos saguoes das salas de cinema mudo, a formaçao do grupo Oito Batutas, o namoro com o jazz, a paixao fulminante pela bailarina Jandyra Aymoré (que, na verdade, se chamava Albertina e com quem ele se casou em 1927) - todas essas histórias sao narradas com fluência e graça, numa linguagem voltada para os leitores mirins mas que também cativa os adultos.

O CD que acompanha o livro, com produçao musical de Henrique Cazes, tem 12 faixas, escolhidas com critério entre a vasta obra do compositor. "Ele foi o pioneiro do Brasil em compor músicas para crianças", diz Cazes, que já está no quinto disco totalmente voltado para a obra do velho Alfredo Filho. De fato, "Samba na Areia" e "Papagaio Sabido", que estao nesse disco da Petrobrás, foram compostas em 1929, dez anos antes de Braguinha fazer as versoes brasileiras das músicas de "Cinderela".

Cazes, um exímio solista de cavaquinho, selecionou cançoes com letras engraçadas ou que narram fábulas curtas, como "Dança dos Ursos", "O Gato e o Canário", "Marreco Quer Agua", "O Salto do Grilo", "Pula Sapo" e "Gaviao Calçudo". Ele diz: "Pixinguinha foi mal compreendido, achavam o tempo todo que ele era da velha-guarda, mas foi o mais moderno compositor da música popular brasileira". Isso justifica, no disco organizado para as crianças, o uso de samplers de teclados. "Quis quebrar essa idéia purista de que o que caracteriza o chorinho é só o cavaquinho".

O disco termina, claro, com "Carinhoso". "Nao poderia faltar, mesmo nao sendo uma composiçao feita para crianças", diz Henrique Cazes. "Foi um jeito de fechar o disco com ternura e doçura que toda criança merece". Nas páginas finais do livro, vale destacar uma bem-feita ficha de atividades para os leitores em ordem cronológica dos principais acontecimentos da vida de Pixinguinha. Termina em 1973, com a sua morte, em pleno desfile da Banda de Ipanema. A atividade proposta: "Você conhece alguma banda de carnaval? Qual é o nome dela? Desenhe o desfile de sua banda favorita".




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