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Anfavea garante que indústria vai manter preço de carro nacional
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
20/09/2011 | 07:14
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O novo regime automotivo não resultará em aumento de preços nos veículos entre as principais montadoras sediadas no País. Foi o que garantiu ontem o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Cledorvino Belini, embora afirme que não existe compromisso nesse sentido. Ele destacou que a alta na tributação aos importados em 30 pontos percentuais - com exceção de México e Argentina - não elevará junto o custo do nacional. Isso porque o projeto visa aumentar competitividade entre as fabricantes, que buscam fatias entre consumidores, além de fortalecer a indústria nacional.

Disse ainda que as montadoras vão se adequar à exigência de que a produção tenha ao menos 65% de peças nacionais. As empresas têm 45 dias para comprovar percentual, caso contrário, terão de arcar com a nova tributação.

Perguntado sobre o porquê de o governo adotar as medidas em momento em que sobem as vendas, Belini disse que o baixo desempenho da balança comercial (importações menos as exportações) desde 2006 é o principal motivo. Houve recuo de US$ 26 bilhões na balança comercial no período.

"O setor automotivo representou 60% da redução do saldo comercial na balança, nesse período", assinalou, ao negar que o decreto tenha partido de interesses das montadoras com fábrica no País numa tentativa de barrar a entrada de estrangeiros.

Os carros importados expandiram em 90% o volume de mercado entre janeiro e agosto. Desde 2005, o montante subiu 865%, segundo a Anfavea. Mesmo assim, estrangeiros abocanham apenas 5,8% do mercado nacional.

Os dirigentes da associação reconheceram que a elevação de IPI "foi dura", mas necessária para aumentar a competitividade da indústria local. Os impactos da ação, segundo eles, também vão demorar a ser percebidos.

RECLAMAÇÕES - Apesar da defesa da política econômica, os fabricantes nacionais também se dizem prejudicados com as mudanças. "Temos projetos de investimentos, mas esse aumento (da tributação) muda o planejamento de negócios", disse o vice-presidente da entidade, Rogélio Golfarb.

A reclamação deles está relacionada às exigências do governo para dar a isenção tributária. O decreto exige, além do uso de peças nacionais, que 0,5% do faturamento bruto das montadoras destine-se à pesquisa e desenvolvimento.




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