A Câmara de São Bernardo revogou ontem, por 16 votos contra dois, a indicação dos integrantes que iriam fazer parte dos conselhos curador e fiscal da Fundação Criança, autarquia da Prefeitura. A medida causou polêmica, já que os quatro vereadores, Gordo da Adega (PCdoB), Julinho Fuzari (PPS), Reginaldo Burguês (PSD) e José Luis Ferrarezi (PT), foram eleitos pelo plenário, na sessão do dia 8 de fevereiro.

A alegação do requerimento apresentado à mesa diretora foi a de que os 12 novos parlamentares não estariam “familiarizados” com os procedimentos da Casa. Além disso, o documento afirma que o acordo que definiu as indicações não teve assinatura de cinco lideranças, o que representa 20% dos vereadores.

Na opinião de Julinho Fuzari, que havia sido eleito suplente do conselho curador, a revogação ocorreu por pressão do Executivo. “É inadmissível votar algo, eleger alguém para uma comissão e duas semanas depois anular tudo. Com essa atitude, o prefeito Orlando Morando (PSDB) demonstra preocupação com meu trabalho e apela para a picuinha política. A administração já havia me deixado fora das comissões permanentes também”, criticou.

O presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB), por sua vez, descartou qualquer interferência do prefeito Orlando Morando na matéria. “Como presidente, apenas acatei uma decisão da maioria dos vereadores, por meio do requerimento que chegou até a mesa. Tudo foi feito dentro da norma regimental. Desconheço qualquer intenção do Executivo em alterar os integrantes e não conversei com o prefeito sobre esse assunto”, defendeu o tucano.

A definição dos novos indicados para o acompanhamento dos trabalhos da Fundação Criança será feita na próxima sessão ordinária, que acontece na semana que vem. O tema será novamente debatido e votado pelo plenário.