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Indústria contrata após 12 meses

Desde janeiro de 2015 o setor não registrava
saldo positivo entre demissões e admissões

Gabriel Russini
Especial para o Diário
17/02/2017 | 07:40
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Divulgação


A indústria do Grande ABC inverteu tendência em janeiro e voltou a ter saldo positivo entre demissões e contratações, novidade nos últimos 23 meses. A última vez em que resultado semelhante havia sido registrado na região foi em janeiro de 2015.

Firmas do setor no Grande ABC encerraram janeiro com variação positiva de 0,08% no volume de empregados, percentual gerado pela criação de 150 empregos. Para efeito de comparação, o mesmo mês do ano passado terminou com variação negativa de 0,56%.

Os dados são da pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em parceria com a Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Empresários da indústria analisam a variação positiva com prudência. “É preciso ter cautela na análise de dados isolados”, posiciona-se o segundo vice-diretor do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva.

Quando se trata do acumulado dos últimos 12 meses, o dado é, de fato, desanimador: aproximadamente 19 mil postos de trabalho foram dizimados na região entre janeiro de 2016 e o último mês, baixa de 9,63%. Em números absolutos, significa que cerca de 52 trabalhadores foram demitidos por dia no período.

Das sete cidades do Grande ABC, Diadema e São Caetano foram as únicas a fechar janeiro no vermelho, com variação negativa de 0,25% e 2,41%, respectivamente. As diretorias regionais do Ciesp em Santo André e São Bernardo finalizaram o útimo mês com índice positivo de 0,86% e 0,44%, respectivamente. A diretoria regional do Ciesp em Santo André também representa as cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 

O nível de emprego industrial em São Caetano foi influenciado pelas variações negativas de 5% para veículos automotores e autopeças e 1,42% para produtos de borracha e material plástico. Já em Diadema o principal vilão foi o setor de produtos alimentícios, que apresentou queda de 4,10%. 

Na avaliação de Silva, falta melhorar a formação de profissionais. “Precisamos pensar mais na qualificação profissional dos trabalhadores e dos jovens que trabalharão no futuro. Acredito que a indústria nunca mais vai ser como era, já está mais do que na hora de as empresas se aproximarem das universidades. Caso contrário, apenas robôs vão ocupar as nossas linhas de produção”, explica. 

Para o primeiro vice-diretor da Ciesp São Caetano, Milton Francisco, a queda nas vendas da GM (General Motors) na cidade pode ter provocado efeito em cadeia. “Ao contrário de São Bernardo, que é muito maior e possui várias montadoras, a nossa cidade sofre porque muitas pessoas que trabalhavam lá passaram a consumir menos. Vale lembrar que São Caetano não tem muitas indústrias, mas acredito também que essa queda não se deve somente a isso”.

CAPITAL

O nível de emprego industrial na Capital apresentou resultado positivo em janeiro. A variação ficou em 0,19%, o que em números significa aumento de cerca de 700 postos. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, houve melhora. Na época, janeiro encerrou com percentual negativo de 0,5%. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses, teve queda de 6,56%, equivalente a 26.650 postos a menos.




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