Economia Titulo Seu bolso
Penhor cresce 1.627% em três anos

Opção de crédito barato com joia como
garantia emprestou em 2016 R$ 190 mi na região

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/02/2017 | 07:27
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Divulgação


Em tempos de crise, intenso endividamento e aumento do desemprego e da inadimplência, ter acesso a empréstimo a juros baixos, e mesmo com o nome sujo, parece-se com a missão de conseguir água no deserto.

O penhor, no entanto, traz essa possibilidade mas, como contrapartida, pede a garantia de joias em ouro, prata, diamante, pérolas, relógios, canetas de valor e pratarias.

Ao longo do ano passado, a modalidade concedeu no Grande ABC R$ 190 milhões em crédito. O montante é 20% maior do que o total financiado em 2015 (R$ 158 milhões). Nos últimos três anos, porém, o aumento da demanda pelo penhor nas sete cidades foi brutal: 1.627%. Em 2013, quando a turbulência econômica começou a dar os primeiros sinais, haviam sido emprestados R$ 11 milhões. Os números são da Caixa Econômica Federal, única autorizada a operar nesse formato no Brasil.

Em todo o País, foram emprestados R$ 13,3 bilhões, alta de 11,4% ante 2015. Ou seja, na região, a procura por esse tipo de empréstimo foi bastante superior.

Na avaliação do gerente regional pessoa física da Caixa, Edvaldo Contin, a busca crescente é reflexo da facilidade de acesso ao produto. “O penhor não exige análise de cadastro nem avaliação de risco de crédito ou de capacidade de pagamento. Além de ser modalidade de crédito rápida e fácil, é também muito econômica, pois sua taxa de juros é uma das menores do mercado.”

De fato, a taxa oferecida é de 2,10% ao mês, enquanto que, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgados ontem, os juros médios de financiamento para pessoa física, em janeiro, eram de 8,12% ao mês. Sendo que os do cartão de crédito atingiram 15,12% ao mês, os do cheque especial, 12,46% ao mês e, os de empréstimo pessoal, 4,62% ao mês. Segundo o banco, a taxa é a mesma para todos os clientes.

Não existe valor mínimo para os produtos penhorados, mas cada parcela deve ser de, pelo menos, R$ 50, portanto, o valor do bem tem que ser suficiente para atender ao requisito. A quantia emprestada pode ser usada para qualquer finalidade.

O limite de crédito pode chegar até 100% do montante da garantia para quem recebe salário pela Caixa. Para novos clientes ou aqueles que possuem contrato de habitação, por exemplo, o limite pode chegar a até 85% do valor avaliado pela joia.

RISCO X SEGURANÇA - É preciso se atentar às regras antes de contratar o financiamento, já que, caso o pagamento não seja efetuado em dia, existe o risco de perda do bem. Atrasos que ultrapassem 30 dias podem levar o produto a leilão. Neste caso, para recuperá-lo, é preciso enfrentar o processo de licitação na tentativa de comprá-lo novamente.

Contin esclarece que o cliente pode renovar o penhor quantas vezes quiser e que, antes de vencer o contrato, o banco entra em contato. O pagamento da renovação corresponde à soma do valor dos juros.

De acordo com o gerente regional da Caixa, o produto também apresenta outra utilidade: segurança para guardar as joias. “A Caixa se responsabiliza totalmente pelos bens penhorados por quanto tempo o cliente desejar.” Depois de quitar o contrato, o contratante recebe seu bem de volta.

No Grande ABC, cinco agências oferecem a modalidade: Senador Flaquer (Santo André), Magnolia (São Bernardo), Centro (São Caetano), Vila Odete (Diadema) e Praça da Bíblia (Mauá).  




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