Dylan teve uma experiência como locutor radiofônico, publicou há pouco suas memórias, contou a vida ao diretor Martin Scorsese num documentário, acaba de autorizar Hollywood a levar sua história ao cinema e a Broadway a usar suas canções, além de aparecer num anúncio da linha de roupas íntimas Victoria's Secret.

Uma atitude de abertura ao mundo que parece sugerir que Dylan já não mais de incomoda com a exposição ao público, longe das angústias que isso lhe causava quando jovem e quando o mundo queria torná-lo um símbolo.

Sirva como exemplo uma passagem do livro autobiográfico ‘Crônicas: volume um’ no qual explicava "ter ficado tão aborrecido que queria" se morder quando foi apresentado numa universidade como "a consciência angustiada da juventude americana".

O autor de ‘Lay Lady Lay’, ‘Knockin on Heaven's Door’ e ‘Don't Think Twice It's Alright’ não apresenta agora objeções a que o diretor Todd Haynes leve sua vida ao cinema.

Haynes, que se permitiu grandes liberdades com a vida de David Bowie em ‘Velvet Goldmine’ (1998), ameaça fazer algo parecido, tendo encarregado para o papel do jovem Dylan à atriz britânica Cate Blanchet, uma das sete pessoas que encarnará o cantor de Minnesota.

Heath Ledger, um dos caubóis homossexuais de ‘Brokeback Mountain’, será outro dos Dylans de Haynes, que começará a rodar o filme em julho em Montreal, no Canadá.

Ao mesmo tempo, a Broadway se dispõe a estrelar neste verão boreal ‘The Times They Are-A-Changin', um musical sobre um bêbado chamado Captain Arab cuja banda sonora estará inteiramente integrada por canções de Dylan.