Projeto, que seria entregue em março, tem estruturas enferrujando, mato alto e lixo acumulado; obra só andou 3,72%
As obras do teleférico Cidade Encantada, em Ribeirão Pires, estão abandonadas e, por conta disso, acumulando lixo, mato alto e com as estruturas começando a se deteriorar. O empreendimento, iniciado em setembro de 2015 pelo ex-prefeito da cidade Saulo Benevides (PMDB), tinha prazo de conclusão para março deste ano, porém, quase nada avançou e o pouco que andou dá sinais de desgaste.
A equipe do Diário visitou os três pontos da construção que pretendia ser o principal atrativo turístico da cidade – são eles o Parque Milton Marinho de Moraes, Complexo Ayrton Senna e Mirante Santo Antônio. Para ser feito, foram prometidos R$ 25 milhões, que viriam dos governos do Estado e federal. De São Paulo, R$ 14,229 milhões seriam enviados por meio do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias). Do governo federal seriam R$ 10,597 milhões.
No Parque Milton Marinho de Moraes, fechado com tapumes por causa das obras, se encontram os avanços mais visíveis. Mesmo assim, não representam muito. De acordo com a gestão de Adler Kiko Teixeira (PSB), apenas 3,72% foram concluídos. No parque foram instaladas raras estruturas físicas.
No Complexo Ayrton Senna, terreno onde está situado o Teatro Municipal Euclides Menato, a situação é semelhante. Falta capinação e a estrutura colocada sofre impactos do clima, ficando, assim, deteriorada. No complexo, apenas colunas de ferro foram colocadas.
No Mirante Santo Antônio está a pior situação. Chegando ao local, apenas a placa indicativa do projeto está presente. A obra nem sequer começou. E ainda tem os mesmos problemas dos outros dois pontos: falta de capinação e lixo no meio do mato. Nenhum dos locais tinha trabalhadores presentes. Todas as obras estavam paradas.
De acordo com a atual gestão, dos R$ 25 milhões, apenas R$ 1,406 milhão foi repassado, valor inteiramente do Dade, ou seja, proveniente do governo do Estado. Deste valor, R$ 416,3 mil foram para o fornecimento dos equipamentos do teleférico. Outros R$ 990 mil foram utilizados para realização dos projetos. Até agora, nenhum valor foi liberado por parte do governo federal, pois os documentos estão em análise final.
Saulo declarou que as obras empacaram por conta da falta de repasse de verbas para as construtoras responsáveis. “Como não tem dinheiro do município, (se quem financia não manda dinheiro) tem que aceitar (as obras pararem)”. O ex-chefe do Executivo de Ribeirão Pires afirmou que não teve nenhum dinheiro da cidade investido nas obras, mas a atual administração avisou que cerca de R$ 70 mil foram injetados no contrato de execuções das edificações para instalação do teleférico.
Existe a possibilidade de o governo de Kiko não prosseguir com o teleférico. A obra vai ser analisada pela atual administração.
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