Economia Titulo Seu bolso
Bancos reduzem taxas de juros

Um dia após corte da Selic, instituições
diminuem tarifas em até quatro pontos

Gabriel Fernandes
Especial para o Diário
13/01/2017 | 07:17
Compartilhar notícia
Divulgação


Um dia após o BC (Banco Central) anunciar a terceira redução consecutiva da Selic, alguns bancos começaram baixar suas taxas de juros. Na quarta-feira, a entidade surpreendeu ao diminuir de 13,75% para 13% ao ano. Em outubro, o percentual havia passado de 14,25% para 14% ao ano, após quatro anos sem recuar e, em novembro, cortou para 13,75%.

A maior redução, até o momento, foi anunciada pelo Banco do Brasil, com a diminuição em quatro pontos percentuais da tarifa do rotativo do cartão de crédito, hoje em 15,9%. No cheque especial, a taxa irá de 13,04% para 12,95% ao mês.

Em três linhas voltadas para pessoa jurídica (desconto de cheques, antecipação de crédito ao lojista e desconto de títulos), a redução será, em média, de 0,25 ponto percentual ao mês. As novas condições vigoram a partir de segunda-feira. Para o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, a baixa dos juros contribui à retomada da confiança, o que é determinante para deslanchar os projetos de infraestrutura e ajudar o Brasil a crescer nos próximos anos.

O Santander informou que a partir de hoje a tarifa mínima para contratar crédito pessoal passa de 2,09% para 1,99% ao mês, e a máxima, de 8,49% para 7,99% ao mês. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para o financiamento de veículos também irá de 1,39% para 1,25% ao mês, na menor taxa, e de 2,99% para 2,79% ao mês na maior.

A Caixa Econômica Federal sinalizou que vai avaliar o cenário para verificar se fará ajustes. “A taxa Selic é um dos parâmetros que norteiam as instituições financeiras na definição dos preços dos seus produtos de crédito; porém, outros fatores são considerados nas análises e cálculos de composição do preço, o qual deve garantir sustentabilidade para o banco.”

Para o diretor de economia da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Roberto Vertamatti, o corte na Selic é positivo, mas ainda longe do ideal. “A queda de 0,75% é surpreendente, mas ainda não é significativa.” Em sua avaliação, se a inflação continuar em queda neste ano (terminou 2016 em 6,29%), os juros básicos também devem seguir trajetória de redução, e no segundo semestre, pela primeira vez em três anos, os salários dos trabalhadores não sofrerão perda do poder de compra e a inadimplência deve recuar.

Nesse cenário, os bancos devem afrouxar as restrições na oferta de empréstimo, assinala Vertamatti, ao afirmar que para que as instituições flexibilizem mais o acesso ao crédito é preciso que a Selic esteja entre 8% e 9% ao ano, como em 2013. “Acredito que só chegaremos a esse patamar lá para 2019.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;