Política Titulo Ampliação do sistema
Biometria atinge 20% do eleitorado da região

Cadastro eletrônico cresce no Grande ABC no ano em que uso da urna completou duas décadas

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
08/01/2017 | 07:43
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Celso Luiz/DGABC


Em 2016, ano em que o uso da urna eletrônica completou 20 anos no Brasil, o processo eleitoral no País ampliou sua informatização e o cadastro biométrico dos eleitores do Grande ABC atingiu 20,68% do eleitorado total da região. Dos 2,068 milhões de pessoas aptas a votar, 427,9 mil podem ser identificadas pela impressão digital nas sete cidades.

No início do ano passado, essa parcela era bem menor: apenas 9,83% (199.323). Considerada pela Justiça Eleitoral como método de aperfeiçoamento da segurança dos pleitos – eleitores são identificados no ato do voto por meio da impressão digital –, a biometria só será obrigatória a partir das eleições do ano que vem, quando haverá escolha do presidente da República, governadores, deputados federais e estaduais e de senadores. Até lá, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cadastra os eleitores de forma espontânea, a fim de evitar a superlotação dos cartórios quando a tecnologia entrar em vigor definitivamente.

Para a cientista política Jacqueline Quaresemin, o cadastramento biométrico dos eleitores é necessário para o aprimoramento da segurança das eleições no Brasil. “Com a impressão digital, somente aquele eleitor pode votar. Na eleição seguinte, o sistema seria atualizado. Ou seja, quem não votar e não justificar fica fora do sistema. Isso também eliminaria eleitores que já morreram e ainda constam nos cadastros do TSE”, avaliou Jacqueline.

O avanço da tecnologia no processo eleitoral brasileiro começou há duas décadas, em 1996 (ano de eleição municipal), quando houve o primeiro pleito com o uso da urna eletrônica. Naquele ano, 57 cidades com mais de 200 mil eleitores utilizaram o novo método – 70 mil urnas foram usadas. Mas foi só no pleito de 2000 que as cédulas foram definitivamente substituídas pelo equipamento eletrônico.

Antes disso, porém, o primeiro Código Eleitoral, de 1932, previa o “uso de máquinas de votar”. De lá para cá, o eleitorado passou por informatização. Em 1985, a Justiça Eleitoral iniciou o cadastro único e automatizado de eleitores. Na eleição de 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito presidente pela primeira vez, o TSE realizou de forma inédita o processamento eletrônico do resultado das eleições, reduzindo para algumas horas o período de apuração, que até então se arrastava por dias.

Embora ágil, a urna eletrônica é alvo de questionamentos sobre possíveis fraudes nos resultados. “Ao que tudo indica, o sistema de segurança das urnas é sempre questionado por quem perde as eleições. Quantas denúncias de fraudes, de fato, foram investigadas? A que conclusões chegaram as auditorias? O que foi feito para aperfeiçoamento do sistema?”, minimizou Jacqueline.
 




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