Economia Titulo
Ações de empresas também são presentes para filhos
Sérgio Toledo
Do Diário do Grande ABC
23/11/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Um presente que pode render R$ 1 milhão. Essa é a aposta de alguns pais que presenteiam os filhos com ações de empresas. Poucas pessoas sabem, mas é possível investir em uma carteira e registrá-la no nome de alguém com menos de 18 anos.

Como este "presente" é de longo prazo, o rendimento da aplicação pode chegar até a superar 3.000%. "Quanto mais longo o prazo, melhor", diz o diretor de varejo da WinTrade, Paolo Mason. "Um ano é curto prazo."

De acordo com cálculos da WinTrade, se um pai, há dez anos, tivesse presenteado o filho com R$ 500 aplicados em uma carteira com ações da Petrobras, Vale, Bradesco, Cemig e Telemar, sendo R$ 100 para cada empresa, o retorno no início deste mês seria de 2.407%. Ou seja, o presente de dez anos atrás valeria hoje R$ 12.532,69.

Outro exemplo é uma criança presenteada, em dezembro de 1998, com R$ 100 em ações preferenciais da Petrobras. Neste mês, o retorno seria de 3.365%, pois cada ação na época valia R$ 1,03, valor que passou para cerca de R$ 35.

Um presente como esse, segundo Mason, pode garantir o estudo em uma universidade particular. "Esse investimento pode pagar a faculdade do filho ou até mesmo ajudar na compra do primeiro carro ou do primeiro apartamento." O importante é sempre pensar no longo prazo, conta o diretor da WinTrade.

Mason cita o exemplo de uma garota que comprou um carro e pagou os estudos universitários com o retorno das aplicações, presente de um tio, há 20 anos. "O segredo é comprar e não vender as ações, e sim comprar mais."

Para presentear o filho com ações, o primeiro passo é que a criança ou adolescente tenha CPF e o representante legal, conta em uma corretora. A partir deste ponto, o responsável pode enviar o dinheiro para montar a carteira de ações. Não há valor mínimo para iniciar o investimento.

O diretor da WinTrade aconselha escolher as empresas já consolidadas. Segundo ele, uma boa carteira deve ser diversificada e reunir grandes empresas, como Vale e Petrobras, bancos, companhias de energia elétrica, siderúrgicas e empresas de varejo, como Pão de Açúcar e Lojas Americanas. "Petrobras, Vale e Gerdau têm investimentos programados para os próximos anos, por isso são boas apostas para o longo prazo", conta.

"Dessa maneira, os pais incentivam seus filhos desde pequenos a lidar com dinheiro e, ao longo do tempo, a também cuidar dos seus próprios investimentos. Trata-se de uma nova geração, que já cresce educada para a Bolsa", afirma Mason, que diz que a aplicação em papéis na BM&FBovespa sempre supera os investimentos em CDI (Certificado de Depósito Interbancário), "mesmo em tempos de crise".

Em vez de brinquedos, papéis na Bolsa
O brinquedo de hoje pode virar um carro no futuro. É dessa forma que o diretor da feira de investimentos Expomoney, Raymundo Magliano Neto, planeja o futuro dos dois filhos, uma menina de 10 anos e um menino de sete.

Desde que nasceram, Magliano aplica em um clube de investimentos em que os participantes são cada um de seus filhos. "Comecei com aplicações de R$ 31. Agora, todo mês invisto R$ 50 para cada." O objetivo é pagar a faculdade. "Caso estudem em uma universidade pública, podem comprar um carro."

Na estratégia traçada por Magliano, os filhos só vão fazer o resgate do dinheiro quando precisarem. "É um investimento de longo prazo." Por este motivo, ele conta que o perfil do clube é agressivo, já que para os jovens o investimento pode ser mais arriscado, o que não é o ideal para pessoas mais velhas.

Magliano entrou no clube através do convite de um amigo. "É um clube voltado para crianças. Não aceita participantes com mais de 18 anos. A carteira de ações conta com seis empresas, entre elas Vale e Petrobras.

"Será que eles precisam ganhar oito presentes no Natal? Não pode ser um só e com o dinheiro dos demais faço uma aplicação pensando no futuro deles?", indaga o diretor da Expomoney. "O mesmo serve para ovos de Páscoa. Não precisam de muitos."

Para ele, quanto mais cedo se começa a investir, menos dinheiro é necessário aplicar. "O montante que vai ser investido em ações tem que ser um montante de que a pessoa nunca vá precisar. O dinheiro para o mercado acionário, não é o mesmo para pagar o médico."

Magliano diz que todo mês mostra o saldo do fundo para os filhos. E eles já começam a assimilar essa educação financeira. "Minha filha ganhou um dinheiro do avô e quis aplicar nas ações."

De acordo com ele, esse investimento de longo prazo é um excelente negócio não apenas para crianças, mas também para os pais assegurarem a aposentadoria. "Para os filhos, o horizonte é de 50 anos. Para os pais, de 20 anos." Magliano conta que, geralmente, as pessoas só começam a pensar em poupar dinheiro para o futuro após os 40 anos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;