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Lucas não contou para a família que gosta de meninos
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
06/02/2011 | 07:49
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Quando Lucas*, 17 anos, de Diadema, via os primos e o irmão ficarem com garotas, achava estranho não sentir nenhuma atração por elas. Então, começou a se perguntar: "Será que sou gay?". No início, pensava que era neura, estava confuso. Demorou um tempo para aceitar. "Sinto-me atraído por homens. Isso não acontece quando olho para uma mulher."

Aos 14, teve certeza. Pouco depois, criou coragem e desabafou com dois amigos, que o apoiaram na hora. Para a família, achou melhor não contar. "Fiquei pensando em como todos iriam me tratar. Entre meus parentes, há muito preconceito."

No entanto, lidar com a homossexualidade não foi o único - nem o mais difícil - desafio pelo qual Lucas passou. Perdeu a mãe no início da adolescência e nunca teve contato com o pai. Desde aquela época, tem de se virar praticamente sozinho. "Acho que minha mãe sabia que eu era gay. Desde pequeno, tenho um jeito diferente. Ela me tratava com mais carinho", diz, suspeitando do excesso de cuidado e proteção.

Com o tempo, desenvolveu habilidades para enfrentar e se defender do que mais o incomoda: o preconceito na escola. "Alguns sempre fazem piadinhas. Não vou mentir. Às vezes, ligo e me irrito por não respeitarem a diversidade sexual." Segundo Lucas, os meninos são menos intolerantes, por isso, tem mais amizade com as meninas.

Movido pelo sonho de seguir carreira artística, ele toca a vida, torcendo para tudo melhorar. "Hoje, temos de pensar como vamos sair na rua para não apanhar. Espero que as coisas mudem."




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