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Bonecos que são 'anjos da guarda'
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/02/2010 | 07:00
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Por causa deles, muita gente deixou de morrer e muitos serão salvos. Os dummies - bonecos utilizados em crash tests - têm a missão de aprimorar a segurança durante o desenvolvimento e reestilização dos veículos. A tecnologia, que evolui dia a dia, já está prestes a entrar na era digital.

Os dummies têm peso e formatos variados, que tentam reproduzir o biotipo de homens, mulheres, crianças e bebês. A carga de força que cada um deles recebe em impactos simulados em laboratório ajuda engenheiros e técnicos a projetar carros e equipamentos mais confiáveis.

Equipados com uma infinidade de sensores, cada boneco tem custo estimado em US$ 100 mil. Tamanho investimento requer equipe especializada e acondicionamento em sala climatizada quando não estão em uso.

Em seus laboratórios localizados no Campo de Provas de Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), a General Motors tem várias famílias. Elas entram em ação em vários testes, inclusive para carros destinados para outros mercados.

Sensores de alta complexidade tecnológica captam os movimentos e os impactos recebidos pelos bonecos durante simulações de batidas frontais, laterais, traseiras e capotamentos. A desaleceração é medida e enviada para análise em computadores.

Com isso, os engenheiros podem compreender melhor a biomecânica do corpo humano e fazer correção em vários itens, desde uma maçaneta, passando por ajustes de air bag, cinto de segurança, direção, assentos e painel.

Peças que podem causar lesões graves são substituídas. O painel que pode quebrar o joelho é aprimorado, assim como o volante que afetaria o tórax tem a deformação repensada.

A GM faz em seus labaratórios simulações de impactos a 65 km/h - acima desta velocidade nenhum carro é seguro numa colisão contra uma barreira de 30 toneladas.

As grandes montadoras que atuam no Brasil fazem seus próprios testes ou os encomendam a empresas especializadas. O Cesvi-Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) desenvolve crash tests para ajudar montadoras e empresas de seguro a calcular índice de reparabilidade das peças. O objetivo não é salvar vidas, mas sim indicar a melhor solução ao bolso.

"Tudo é feito com base em normas internacionais. Cada procedimento pode salvar uma vida", diz Claudemir Rodrigues, responsável pelos crash tests do Cesvi-Brasil.

Nos Estados Unidos, a Ford dá passos rumo à digitalização dos dummies. Em parceria com as universidades norte-americanas Wake Forest e Virginia Tech, a montadora quer usar bonecos virtuais para melhor entender as forças da colisão. O estudo começa pela segurança das mulheres grávidas.

A computação gráfica mostra como as estruturas do esqueleto, órgãos internos e cérebro são afetados por uma colisão frontal - muito mais graves no caso de grávidas ao volante.




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