Política Titulo Editorial
Hora de reverter a queda
Do Diário do Grande ABC
18/12/2016 | 10:45
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Divulgação


Não é de hoje que se percebe, só de olhar, que a produção de riqueza no Grande ABC vem se desidratando. Levantamento feito por este Diário, todavia, transforma a percepção em números. Em cinco anos consecutivos, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a participação das sete cidades na formação global do PIB (Produto Interno Bruto) nacional perde peso paulatinamente. Outras localidades assumem o protagonismo. Especialistas apontam que a falta de política regional de atração e retenção de empresas está na raiz da questão.

Ricardo Balistiero, especialista em administração, é taxativo: o capital está mudando de endereço por causa da inanição das autoridades locais. “O maior problema é que as sete cidades compõem uma região, mas nunca se viram como uma, devido à heterogeneidade de interesses. Não é à toa que perdemos participação no PIB nacional. Só a tradição não basta. Muitas montadoras que vieram ao Brasil nos últimos anos não se estabeleceram no Grande ABC.”

O especialista está totalmente correto. Lideranças políticas e administrativas das sete cidades se acomodaram por acreditar que o passado econômico glorioso fosse suficiente para continuar trazendo investimentos. Fizeram a aposta errada, como se vê. Tornaram-se anacrônicos. Outras regiões, mais dinâmicas e modernas, passaram a receber os investimentos que outrora viriam automaticamente para o Grande ABC.

Os tempos são outros. Se as lideranças regionais, das mais variadas áreas, da política à industrial, não perceberem imediatamente a necessidade de atualizar suas políticas de atração de novos negócios, a situação tende a piorar. E o declínio seguirá o seu curso normalmente, rumo ao fundo do poço, sem sofrer nenhuma intervenção capaz de alterar a curva. Por ainda ser muito forte, graças às bases sólidas fincadas no passado pujante, há esperança. Mas o Grande ABC não pode achar que, se continuar deitado eternamente no esplêndido berço, a situação vai melhorar por inércia. 




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