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Petrobras eleva gasolina em 8,1% e diesel em 9,5%

Após duas reduções seguidas, preço na refinaria sobe, o que não ocorria desde 2015

Da Redação
06/12/2016 | 07:13
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Divulgação


Menos de um mês após reduzir o preço da gasolina, a Petrobras anunciou ontem reajuste do combustível de 8,1%, em média, em suas refinarias. Para o consumidor final, o litro deve ficar R$ 0,12 mais caro pelas contas da estatal. O preço do litro do óleo diesel também subiu: 9,5%, em média na refinaria, ou, se repassado integralmente aos motoristas, R$ 0,17 na bomba. Esta foi a primeira vez que a companhia elevou os preços da gasolina e do diesel desde outubro de 2015.

O aumento foi decidido ontem por comitê da executivos da empresa, que levou em conta as oscilações da cotação internacional do petróleo e dos seus derivados, além da taxa de câmbio “no período recente”. A Petrobras afirmou, em comunicado, que também avaliou “pequenos sinais de recuperação” da sua participação do mercado interno de diesel. E reafirmou que revisará os preços, “pelo menos uma vez a cada 30 dias”, o que lhe garante flexibilidade para se adaptar às movimentações do mercado, desta vez, pautado pela valorização do preço do barril do petróleo.

A última revisão dos preços dos combustíveis, para baixo, ocorreu há menos de um mês, no dia 8 de novembro, quando o preço da gasolina na refinaria foi reduzido em 3,1%, e o do óleo diesel em 10,4%. O consumidor não chegou a ser beneficiado, porque os ganhos se diluíram entre distribuição e revenda de combustíveis.

Na época, com o fim das eleições presidenciais nos Estados Unidos, analistas já previam a escalada dos preços, mas a estatal optou por baixá-los, com o argumento de que assim preservaria espaço de mercado, que estava sendo tomado por importadores. Essa foi a segunda revisão desde que o presidente da companhia, Pedro Parente, anunciou que os preços seriam avaliados mensalmente e acompanhariam as oscilações internacionais. No dia 14 de outubro, o preço da gasolina caiu 3,2% e o do diesel, 2,7%.

No Grande ABC, no mês passado, em vez de diminuir os R$ 0,03 esperados, devido ao aumento do etanol, o custo do derivado do petróleo subiu. A gasolina apresentou alta média de R$ 0,02 (o custo girava em torno de R$ 3,29 e R$ 3,59). O mesmo deveria ocorrer com o diesel, que subiu R$ 0,03 (com valor entre R$ 3,09 e R$ 3,19). O etanol, que já tinha aumentado R$ 0,06, ganhou incremento de R$ 0,02 (de R$ 2,49 a R$ 2,79).

Não há explicação clara para que o repasse não seja feito. As distribuidoras passam a responsabilidade aos postos, que atribuem o problema a essas empresas. Enquanto isso, o consumidor não vê a ‘cor’ do desconto na bomba. Ao contrário. Está desembolsando mais.

O diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, avalia a medida como positiva, uma vez que mostra que a política de preços anunciada em outubro está sendo colocada em prática. “A Petrobras está seguindo a tendência do mercado internacional e mostrando que a diretoria tem autonomia para fazer a política de preços.”

Pires diz que desde a última queda dos preços houve forte desvalorização do real frente ao dólar, resultado da eleição de Donald Trump. Ao mesmo tempo, na semana passada foi anunciado o acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para corte de produção, o primeiro desde 2008. Após isso, destacou, o petróleo subiu mais de 10%.

(com Estadão Conteúdo) 




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