O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), desconfia da parceria entre PPS e PSDB para a eleição do ano que vem. O acordo, válido para possível segundo turno, foi anunciado sexta-feira entre lideranças dos dois partidos.

O petista ressalta que "é preciso esperar", pois os envolvidos na aliança - deputado federal William Dib (PSDB), presidente municipal tucano, Admir Ferro, e deputado estadual Alex Manente (PPS) - "afirmam tanta coisa e depois voltam atrás".

"Acho que está cedo para falar dessas coisas. Engraçado, porque o Alex disse que não falaria disso, agora resolveu falar, depois resolve não falar de novo", frisou Marinho no fim da manhã de ontem, após homenagem ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski.

"Esse debate está pautado para o ano que vem. Neste ano, para mim não interessa falar disso. Neste ano interessa muito é fazer. Eu recomendei aos meus auxiliares não falar de eleição, se é (vitória no) primeiro turno ou segundo turno, o que vai acontecer ou não vai acontecer. Porque não interessa ao governo agora", salientou o prefeito, o qual também já mudou o discurso. Há alguns meses, evitava falar da manutenção da dobrada com o vice-prefeito, Frank Aguiar (PTB). Mas, recentemente comentou que a chapa vitoriosa de 2008 "tem tudo" para ser repetida ano que vem.

O chefe do Executivo ressaltou ainda que as conversas continuarão para tentar ampliar o arco de aliança com vistas à reeleição. Inclusive com Alex Manente, o qual afirma reiteradamente que o PPS, assim como o PSDB, terá candidato ao Paço em 2012. "As conversas continuam com todo mundo. Todos que quiserem falar comigo estou aberto. Dialogo com o Admir, com o Dib, com todo mundo, desde que queiram."

PPPs

Luiz Marinho evitou criticar o vereador Admir Ferro, presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, por não conceder parecer ao projeto que autoriza o Executivo a firmar Parcerias Público-Privadas nos setores de Saúde e Saneamento.

"Ele está fazendo o trabalho dele, não podemos reclamar se alguém resolve cumprir os prazos técnicos nas comissões. Não atrapalha o planejamento 15 dias para cá ou para lá, 30 dias para cá ou para lá. Não tem por que ficar reclamando disso."

Entretanto, o petista atacou o tucano pela falta de parecer na proposta que concede título de cidadã são-bernardense à ministra do Planejamento, Miriam Belchior (PT). "Aí já é baixaria. Pelo acordo de cavalheiros que existe (entre os parlamentares) em relação aos títulos, fazer frescura com eventual homenagem a Miriam é bobagem, não vale a pena."

Segundo Admir Ferro, a matéria sequer chegou à comissão que preside para ser analisada.