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Brasil cresce menos do que precisa para gerar empregos, diz Pochman
Do Diário OnLine
Com Agências
18/07/2004 | 20:32
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O Brasil não tem crescido o suficiente nas últimas décadas para gerar empregos que absorvam a mão-de-obra, que cresce mais rapidamente do que a economia. Essa foi uma das conclusões apresentadas pelo professor da Unicamp (Universidade de Campinas) e secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo, Márcio Pochman, durante o Fórum de Desenvolvimento Econômico promovido pelo Banco do Nordeste.

Falando no painel sobre desemprego e auto-emprego, Pochman afirmou que o Brasil vive a mais longa crise desde 1840, "com taxas de crescimento um pouco acima do crescimento demográfico, em torno de 2% ao ano, insuficiente para absorver a demanda anual de mão-de-obra, de 2,1 milhões de pessoas."

Segundo ele, o Brasil tem hoje 5% dos 160 milhões de desempregados do planeta, enquanto os sete países mais ricos do mundo - Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá - detêm apenas 11% desse total.

Outra conclusão do painel, que abordou ainda a questão das microfinanças e o empreedendorismo, foi a de que o Brasil precisa desenvolver sistemas de financiamento para os micro-empreededores. Para o especialista, o pais tem vivido um ciclo financeiro no qual a riqueza produzida não contribui para aumentar a produção e o emprego.

O professor da Unicamp afirmou que isso "aprisionou a política macroeconômica", impedindo a geração da riqueza produtiva. Segundo ele, os mais prejudicados são os pobres, que buscam na informalidade uma saída para o desemprego e dependem do mcirofinanciamento para se inserirem na economia formal, pois o país não tem um sistema bancário para a população carente.

"O sistema bancário brasileiro, mais destinado à elite e à classe média, não se interessa pelo atendimento aos pobres, porque o seu custo operacional é elevado", disse o professor da Unicamp.

Pochman observou que o governo tem implantado programas voltados à população mais pobre, como o micro-crédito do Banco do Nordeste, mas acrescentou que esse tipo de empreendimento "deveria ter uma regulação pública mais clara e diferente, já que não tem as características da empresa capitalista tradicional."




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