O duelo entre Gustavo Kurten e Roger Federer neste sábado, por volta das 7h30, será uma jornada de gala. Pode-se dizer que é a primeira vez que Guga irá jogar de verdade neste torneio, pois seus dois primeiros adversários foram fracos, se comparados com o suíço, considerado favorito. O público do mundo inteiro aguarda este combate, pois não é sempre que se vê o número um do ranking enfrentar o tricampeão de Roland Garros. Mesmo preocupado com as dores no quadril, o brasileiro afirma que não entregará o jogo: "Ele (Federer) precisa saber que estou lá para ganhar. Eu preciso ser agressivo. Vou ter que entrar em quadra de maneira bem intensa e não posso deixar meu adversário à vontade."

O catarinense terá pela frente um adversário dos mais complicados. Nesta sexta-feira, ele manteve a rotina de piscina, exercício físico e fisioterapia. No entanto, está feliz porque irá jogar em um local que já está acostumado. "É ótimo voltar à quadra central, pois foi ali que passei os melhores momentos da minha vida", declara. Mas algumas dificuldades aguardam por Guga. Nesta temporada, Federer foi campeão do Aberto da Austrália e do Master Series de Hamburgo.

Se quer vencer a partida, Kuerten deverá lutar muito. "Tentei treinar as jogadas e golpes mais variados possíveis e vou precisar estar atento. Federer é uma pessoa que sempre pressiona e está um nível acima dos outros jogadores. Além disso, ele é muito versátil e não tem uma bola fraca que alguém possa explorar. O que devo fazer é evitar de correr para todo lado, pois isso pode me desgastar fisicamente. O meu medo é que a partida seja muito longa, de quatro ou cinco sets, porque minha condição física não é a ideal para este tempo de jogo", diz o tenista, que, por estar na terceira rodada do segundo Grand Slam da temporada, já garantiu 75 pontos no ranking de entradas e outros 15 na Corrida do Campeões, em que ocupa o 19º lugar. Se passar por Federer, fica com 150 e 30, respectivamente.

Único tricampeão da competição em atividade, Guga tem motivos para comemorar. Ele ganhou ontem um importante prêmio: o Prix Orange, que homenageia o jogador mais "apaixonante" e com melhor atitude esportiva em quadra. Este prêmio tem o voto do público e da imprensa francesa, que escolheram o catarinense, entre tantas estrelas do circuito, como o favorito. "Me sinto realmente honrado. Acho que minha relação com Roland Garros e as pessoas daqui é muito especial", afirma o brasileiro.