Apesar de as condições de crédito ainda não serem as ideais, o setor de duas rodas continua sua recuperação. Em abril, as vendas cresceram 2,16% se comparadas com os dados verificados no mesmo mês de 2010. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o crescimento é de 6,57% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os números são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que apontou redução de vendas de 8,86% em abril quando comparadas a março. A explicação é que os feriados da Páscoa e Tiradentes influenciaram no resultado. As vendas somaram 146.124 unidades contra 160.320 de março.

Mas, no balanço geral do ano, o saldo é positivo para o setor, que pode estar sendo favorecido com a disparada do preço dos combustíveis. No acumulado deste ano, já foram emplacadas 584.746 motocicletas contra 548,7 mil do mesmo período de 2010.

"Principalmente nos redutos mais distantes, onde a dificuldade logística encarece os combustíveis, os consumidores fazem grande uso da motocicleta - veículo que proporciona mobilidade e economia", afirmou Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

As montadoras de veículos de duas rodas esperam neste ano voltar ao patamar de vendas de 2008, quando foram comercializadas perto de 2 milhões de motocicletas - se confirmado, representará alta de 9,5% sobre 2010.

REGIÕES - Prova disso é que o Nordeste, região com menor poder aquisitivo, já superou o Sudeste em dois dos quatro meses do ano em volume de vendas. Em janeiro, por exemplo, o Nordeste somou 37,16% das vendas nacionais contra 31,73% do Susdeste.

Em abril, o Sudeste voltou a tomar a liderança, com 34,88% das motos vendidas em todo o País. Mas o Nordeste não ficou muito distante, ao somar 33,42% do mercado nacional.

No ranking entre as fabricantes, a Honda continua disparada na frente. Nos quatro primeiros meses de 2011, acumula 79,37%. Em seguida, aparece a Yamaha, com 11,51%. A Dafra, marca nacional que tem parceiros estrangeiros, está em terceiro lugar, com 2,54%. A Suzuki mantém a quarta posição, com 2,17% do mercado. Já a Kasinski, na quinta colocação, tem 1,47%.

Sudeste tem 41% da frota

De acordo com levantamento da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), a frota brasileira de motocicletas cresceu 409% entre 2000 e 2010.
O Nordeste é a região que apresenta o maior crescimento - expansão de 540% na última década. Mas é o Sudeste que tem o maior número de motocicletas em circulação - 41% da frota nacional (6.796.229), com expansão de 340% no período.

Considerados os Estados, São Paulo, com 24% da frota do País, lidera a lista, seguido de Minas Gerais, que representa 11% deste total, com 1.866.148 motocicletas, e Paraná, em terceiro lugar, com 1.071.174 veículos - 6% do total.

Na maioria das grandes cidades, 40% dos consumidores usam a motocicleta para substituir o transporte coletivo, informa a Abraciclo.

VERDES - De olho na sustentabilidade, associados da Abraciclo investem em produtos verdes, apresentando ao consumidor modelos bicombustíveis e motocicletas elétricas.

Segundo a Abraciclo, a tendência é que as novas tecnologias cresçam proporcionalmente em relação ao mercado, assim como ocorreu com os automóveis flexíveis. Para se ter uma ideia, em 2010, as motocicletas flex representaram 18% da produção. No primeiro trimestre de 2011, elas já representam 44% do total fabricado.

Exportação cresce em abril

As exportações de motocicletas, com 6.622 unidades vendidas, apresentaram alta de 43,7% em abril em comparação a março, e um crescimento de 24,8% em relação ao mesmo mês de 2010.

"As vendas externas surpreenderam em abril. Mesmo com a desvalorização do dólar frente ao real, as exportações registraram crescimento significativo. De qualquer forma, mantemos nossas previsões de queda de 14% para o final deste ano", ressaltou Roberto Akiyama, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Se, na venda direta ao consumidor, houve recuo em abril, no atacado houve pequeno avanço.

Segundo dados divulgados pela entidade, foram comercializadas no mês passado 173.735 unidades no mercado interno (atacado), contra 173.473 motocicletas em março, o que representa uma leve alta de 0,2%.

Já no comparativo com abril de 2010, quando foram comercializadas 157.023 unidades, houve um avanço de 10,6%.

"Lembramos que o primeiro trimestre também começou tímido e acabamos com os números próximos aos alcançados em 2008 - o melhor ano para o mercado de motocicletas. Deveremos alcançar nossas expectativas", afirmou o presidente da Abraciclo.

LED consome menos energia

Já com amplo uso na Europa e Estados Unidos, as lâmpadas LED chegaram ao Brasil em veículos importados topo de gama. Mas já começam a ter o uso cada vez mais ampliado em razão dos efeitos de luminosidade e estéticos.

As lâmpadas LED - que também passam a ter uso na construção civil e em produtos eletroeletrônicos, passam a equipar muitas motocicletas - algumas, como modelos da Kasinski, Honda e Yamaha, já saem com o equipmento de fábrica.

"As lâmpadas LED diminuem consideravelmente o consumo de energia, exigindo menos do sistema elétrico da motocicleta. Além disso, a vida útil desse tipo de lâmpada é ilimitada", explica Marcos Pauletti, da engenharia da Magnetron.

A troca das lâmpadas é muito útil, em especial para as motos com problemas de bateria. Segundo Pauletti, substituir a lâmpada traseira por uma com LEDs reduz o consumo de energia do sistema em até 80%.

"É importante, entretanto, sempre consultar um especialista, pois algumas motos não podem utilizar os LEDs na traseira, mas podem utilizá-los no pisca."

A Magnetron produz lâmpadas LEDs para traseira, pisca, painel, baú e bauleto, ajudando a melhorar a sinalização e visualização da moto tanto de dia quanto à noite. Com isso, o motociclista tem proteção adicional contra acidentes no trânsito das cidades. As lâmpadas podem ser encontradas em lojas do ramo em todo o País.