O maior grupo automotivo europeu, o alemão Volkswagen, enfrenta um grave caso de corrupção, que poderá lhe custar caro em termos de imagem e no plano financeiro, no momento em que começava a sair de um grave período de crise. Klaus Volkert, um dos principais representantes sindicais da Alemanha, teve de deixar na quinta-feira o estratégico cargo frente ao comitê de empresa da Volks, em meio a rumores de corrupção.

Nenhum procedimento foi aberto contra o secretário-geral do comitê de empresa, que alega inocência, mas segundo uma fonte próxima à empresa, a direção o teria convidado a deixar o cargo depois de constatar que seu nome estava ligado a uma série de irregularidades descobertas em uma investigação interna.

Segundo a revista Der Spiegel, a Volkswagen investiga uma sociedade criada por Volkert com Helmut Schuster, ex-diretor de recursos humanos da filial tcheca da Volkswagen, Skoda.

Schuster, obrigado a pedir demissão em meados do junho, é suspeito de ter recebido pagamentos ilegais por parte de empresas terceirizadas pela Volkswagen, segundo a promotoria de Brunswick (norte), que realiza uma investigação por fraude e abuso de confiança.

O presidente da Volkswagen, Bernd Pischetsrieder, declarou estar disposto a esclarecer todo o assunto. A Volkswagen determinou uma auditoria externa ao gabinete KPMG, segundo anúncio da direção nesta sexta-feira.

Analistas acham que o grupo será afetado por este escândalo, apesar de ainda não ser possível determinar sua dimensão. O caso acontece no pior momento para a Volkswagen, que parece ver uma luz no fim do túnel, depois de uma série de dificuldades financeiras provocadas, em parte, pela queda de suas cotas de mercado na China e nos Estados Unidos.